Os diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) afirmam na ata da reunião de julho que as projeções para a inflação em 2009, 2010 e 2011 “continuam em patamar consistente com a trajetória das metas”. No documento, os diretores lembram que depois de longo período de expansão da economia, “a demanda doméstica passou a exercer influência contracionista sobre a atividade econômica”. Outro aspecto citado pelos diretores do BC é que “a desaceleração da economia global tem gerado pressões baixistas sobre os preços industriais no atacado”.
Diante desse quadro, os diretores do BC citam que foi possível reduzir o juro desde janeiro “sem colocar em risco a convergência da inflação para a trajetória de metas”. Apesar do quadro favorável, o Comitê lembra que “importantes estímulos monetários e fiscais foram introduzidos na economia nos últimos meses”. Essas ações, anunciadas pelo governo para amenizar os efeitos da crise na economia brasileira, “deverão contribuir para a retomada da atividade e, consequentemente, para a redução na margem de ociosidade” da economia, cita o texto.
O Copom entende que é pequena a possibilidade de que altas localizadas de preço coloquem em risco a trajetória de inflação. Os diretores afirmam que “a probabilidade de que pressões inflacionárias inicialmente localizadas venham a apresentar riscos para a trajetória da inflação é limitada”. A avaliação do BC é que há pouco espaço para um eventual repasse de alta dos preços do atacado para o varejo. Há, pelo contrário, deflação no atacado nos últimos meses. Os diretores do BC observam que o comportamento da demanda interna “deve exercer menos pressão sobre os preços dos itens não transacionáveis, como os serviços, nos próximos trimestres”.