Projeção do PIB anual vai de -0,50% para -0,34%

O mercado financeiro melhorou a estimativa para a contração da economia brasileira em 2009. Segundo a pesquisa Focus do Banco Central, que consulta semanalmente as instituições financeiras sobre os principais indicadores da economia, a mediana das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano passou de -0,50% para -0,34%. A estimativa é melhor que a verificada há quatro semanas, quando o indicador estava em -0,55%.

Para 2010, os analistas mantêm a previsão de recuperação da economia, com aposta de que o PIB deve apresentar expansão de 3,50%. Esse cenário é repetido há 19 semanas.

A retração da economia em 2009 deve ser puxada, na avaliação do mercado, pela produção industrial. Na visão dos analistas, esse setor deve ter contração de 6% este ano, contra a previsão anterior de queda de 5,37%.Essa foi a quarta piora seguida da projeção, que há um mês apontava queda de 4,70%.

Em 2010, no entanto, o setor industrial também deve se recuperar, de acordo com a pesquisa Focus. A previsão de crescimento da indústria, no próximo ano, passou de 4,03% para 4,08%. Há quatro semanas, o indicador estava em 4,03%.

A pesquisa Focus aumentou ainda, pela segunda semana seguida, a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que serve de referência oficial de inflação. A mediana das estimativas para o indicador em 2009 passou de 4,42% para 4,50%. Com o aumento, a estimativa fica exatamente no centro da meta de inflação para o ano, de 4,50%. Há um mês, o número estava em 4,39%.

 

Para o ano que vem, a mediana das previsões para o IPCA subiu de 4,33% para 4,40%. O número estava em 4,30% há quatro semanas. Já a projeção do IPCA para os próximos 12 meses subiu levemente, de 4,10% para 4,11%. Há quatro semanas, analistas esperavam 4,08% para a alta do índice.

 

No grupo das cinco instituições que mais acertam as projeções da pesquisa – o chamado Top 5 -, a expectativa para o IPCA em 2009 no cenário de médio prazo aumentou de 4,60% para 4,71%. Há um mês, essa previsão estava em 4,52%. Para 2010, a projeção deste grupo aumentou de 4,20% para 4,50%. Há um mês, essa estimativa estava em 4%.

Entre todos os analistas consultados pela pesquisa, a mediana das previsões para o IPCA em julho seguiu em 0,35%. Já para agosto, a estimativa manteve-se em 0,30%. Há um mês, o mercado esperava, respectivamente, altas de 0,34% e 0,30%.

A pesquisa também aponta que a mediana das estimativas para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), para o ano de 2009, caiu de 4,13% para 4,10%. Esse resultado é inferior aos 4,27% verificados há um mês. Para 2010, a estimativa para o IPC da Fipe segue em 4,50% pela 49ª semana seguida.

 

Outros índices

As projeções do mercado financeiro para o acumulado em 2009 da inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), caíram de 1,35% para 0,95%. O novo número esperado é quase a metade do que era previsto há um mês, quando a projeção do indicador estava em 1,82%.

Para a inflação até o fim de 2009 medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), também da FGV, a estimativa do mercado caiu de 0,89% para 0,50%, o que corresponde à 10ª redução seguida. Há um mês, o mercado previa elevação de 1,41% para o índice que reajusta algumas tarifas públicas e a maioria dos contratos de aluguel.

Para o ano que vem, as projeções não mudaram. Para o IGP-DI, o mercado prevê alta de 4,50%, número mantido há 59 semanas. No caso do IGP-M, a estimativa também é de 4,50%, repetida há três pesquisas.

Na pesquisa Focus, os analistas também reduziram ligeiramente a expectativa de aumento dos preços administrados (tarifas públicas) em 2009, de 4,33% para 4,30%. Há um mês, o indicador estava em 4,30%. Para 2010, a previsão caiu de 3,90% para 3,80%, ante os 3,95% de quatro semanas antes.

Dólar

O mercado financeiro elevou ligeiramente a previsão para o valor do dólar no fim do ano. No levantamento realizado pelo Banco Central, a mediana das previsões para o nível da moeda norte-americana no fim de 2009 subiu de R$ 1,99 para R$ 2,00. Há um mês, essa previsão era de R$ 2,00. Para o fim de 2010, a previsão permaneceu em R$ 2,00. Há um mês, era de R$ 2,10.

Juros

No caso da Selic (a taxa básica de juros da economia), o mercado financeiro manteve a projeção de que a taxa encerrará 2009 em 8,75% ao ano. Atualmente, ela está em 9,25% ao ano.

O levantamento mostra ainda que a redução de 0,5 ponto porcentual, para que a Selic chegue aos 8,75% ao ano, deve ocorrer integralmente no encontro de julho do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na visão do mercado, a Selic deve encerrar o mês em 8,75%. Há quatro semanas, a projeção do mercado para o juro no fim de 2009 e no fim de julho era de 9%. No caso de 2010, a medida das estimativas para a Selic permaneceu em 9,25%.

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