Capacitar e oferecer ferramentas de gestão empresarial para o produtor rural enfrentar os desafios do mercado. Esse é o objetivo do Programa Empreendedor Rural lançado em parceria entre o Senar e o Sebrae do Paraná. Os principais pontos do programa foram apresentados ontem, durante uma teleconferência retransmitida de Curitiba para cerca de duas mil cidades, no Brasil e países do Mercosul. A intenção é que a iniciativa seja um piloto que poderá ser estendido para todo o País.
O Senar e o Sebrae decidiram elaborar o programa a partir da constatação de que é preciso mudar os conceitos e formas de administrar as propriedades rurais. De acordo com o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná e do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, Ágide Meneguette, o Estado possui dois perfis bens distintos. “Por um lado temos produtores que empregam alta tecnologia na produção, e outro que apenas produz para a subsistência. A nossa meta é nivelar isso”, disse. Segundo ele, é preciso investir em tecnologia, reduzir o desperdício no campo e administrar as fazendas com se fossem empresas.
Para o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Antônio Ernesto de Salvo, o mundo caminha no sentido do desemprego, já que a automação vem tirando cada vez mais os postos de trabalho. Para vencer esse desafio, acrescenta, a capacitação é fundamental, principalmente no interior, onde as pessoas têm dificuldades de acesso. “É isso que o Senar e o Sebrae pretendem levar a esses produtores. Oferecer mecanismos para o empreendorismo, e ter como resultados futuros um nivelamento dos centros urbanos e rurais, diminuindo o êxodo”, falou.
Visão
O programa será desenvolvido em doze encontros semanais, onde serão discutidos temas como desenvolvimento de competências pessoais, globalização e política agrícola, cadeias agroindustriais e empreendedor e seu papel social. Em uma primeira etapa, o programa vai atender 109 municípios do Paraná, formando até o final do ano 2.500 empreendedores rurais. Um dos participantes do programa é o produtor de Balsa Nova Mariano Adão Czanovski. Ele espera conseguir ampliar as atividades na propriedade. “Quando a gente estuda tem mais chance de ver as coisas de forma diferente, e ampliar a visão. Caso contrário, ficamos fazendo as coisas sempre da mesma forma e não saímos do lugar”, disse.
Para a produtora Vera Lúcia Jiomek, também de Balsa Nova, participar do programa é uma oportunidade de melhoria nas atividades da propriedade, e futuramente, uma alternativa de emprego no campo. “Eu trabalho com meus pais, e vejo como é importante a gente ter onde trabalhar. Por isso penso que podemos aumentar nossa produção e empregar outras pessoas”, disse.