Programa pretende diminuir desigualdade no campo

O Programa de Organização Produtiva das Mulheres Rurais, lançado nesta quarta-feira (19) pelo governo federal, pretende diminuir as desigualdades entre homens e mulheres no campo. É o que garante o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.

Se é verdade que no meio urbano a gente ainda convive com desigualdades entre homens e mulheres, isso é ainda mais grave no meio rural, avaliou.

O objetivo do programa é viabilizar o acesso das trabalhadoras rurais às políticas públicas de apoio produção e comercialização, com a valorização dos princípios da economia solidária.

Cassel destacou que o esforço do governo está em organizar e coordenar a produção de mulheres do campo, garantindo autonomia social e econômica.

A gente quer integrar e mapear todos os grupos de organizações de mulheres, fazer um programa muito amplo de capacitação de políticas públicas, destacou.

Segundo ele, com a chamada de projetos de gestão produtiva dirigida a trabalhadoras rurais serão gastos R$ 11 milhões, além de outros R$ 6 milhões destinados a promover a comercialização de produtos fabricados por mulheres.

"Toda a produção vai ter recursos, para que as mulheres possam ter uma renda maior naquilo que já fazem. O problema da comercialização é um problema das mulheres, mas também é um problema geral no meio rural.

De acordo com Cassel, o governo deve proporcionar o mesmo tratamento para homens e mulheres do campo para que haja um avanço nas políticas públicas.

"A gente não pode tratar a questão das mulheres no meio rural como bolsões ou grupos diferenciados. Todas as mulheres do campo produzem, e muito. Elas foram, durante muito tempo, condenadas a uma invisibilidade. O trabalho da mulher sempre foi muito presente no meio rural, mas nunca foi considerado.

O ministro reforça que o valor econômico do trabalho desenvolvido pelas trabalhadoras rurais é fundamental para a sobrevivência das famílias no campo e lembra que o Produto Interno Bruto (PIB) da agricultura familiar responde por 11% do valor total do PIB brasileiro.

É justo dizer que metade desse valor é produzido pelas mulheres. Homem e mulher, no campo, dividem o trabalho de forma igual. Esse trabalho foi desconsiderado culturalmente. As mulheres foram jogadas a uma invisibilidade que não faz jus àquilo que elas produzem.

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