Foto: Lucimar do Carmo/O Estado |
Ministro Luiz Marinho: nova visão para a formação profissional. continua após a publicidade |
Dizendo estar cumprindo apenas sua agenda de trabalho, sem nenhum compromisso de campanha para o presidente Lula, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, esteve ontem em Curitiba, onde lançou o Plano Setorial de Qualificação (Planseq) Software e participou da instalação do Programa de Formação de Deficientes do Banco HSBC. Antes desses compromissos, Marinho encontrou-se para um café da manhã com autoridades do governo estadual e municipal, empresários e sindicalistas do Estado.
Sobre o Planseq, programa de capacitação profissional em software, que irá formar, inicialmente, 320 trabalhadores, mas que já tem projeto de expansão para atender duas mil pessoas, o ministro explicou que é uma nova visão de formação profissional de seu ministério, investir em parcerias para formar novos profissionais em áreas em que há demanda no mercado de trabalho e cuja possibilidade de renda é superior à da média nacional. ?Além disso, o profissional sai da qualificação com quase certeza de contratação?, disse.
Dos empresários e trabalhadores, o ministro ouviu elogios, agradecimentos pela política de geração de empregos, mas também cobrança pela agilidade nas reformas trabalhista e sindical. ?Precisamos sim agilizar essas reformas, para que os trabalhadores tenham seus direitos revisados e uma representação mais efetiva?, disse, garantindo que assuntos como o fim do 13.º salário e do abono de férias não farão parte da pauta da reforma.
O ministro comentou, também, o acordo feito com a liderança dos aposentados para garantir um reajuste justo aos aposentados e pensionistas, mas compatível com o orçamento da União. ?A oposição, francamente, está fazendo demagogia eleitoral com os aposentados, pois eles sabem que não há outra alternativa ao executivo a não ser vetar os 16,67% de reajuste, uma vez que eles próprios aprovaram o orçamento em abril e sabem que não há recursos.
Sobre a campanha do presidente Lula, embora o comitê da candidatura tenha divulgado a visita do ministro como uma das programações da campanha, Luiz Marinho disse estar na capital paranaense apenas para cumprir compromissos de governo e que os ministros só estão autorizados a fazer campanha nos finais de semana ou após o expediente. ?Mas é lógico que uma ação positiva do governo como essa é, conseqüentemente, positiva para a candidatura do presidente?, lembrou.
Os Planseqs são planos de formação profissional, instituídos em novembro de 2004 com o objetivo de qualificar mão-de-obra para inserção no mercado de trabalho de acordo com a demanda específica de cada região, com um investimento total de cerca de R$ 29,8 milhões, que formarão mais de 46 mil trabalhadores neste ano. Já foram instalados Planseqs nas áreas de metalurgia, aeronáutica, turismo, agricultura familiar, petróleo e gás natural.
Quanto à capacitação em software, além de Curitiba, um outro centro será montado em Araraquara – SP. Na capital paranaense, o Planseq será realizado em parceria com o HSBC Software Development e receberá cerca de 400 mil reais do Ministério do Trabalho e Emprego. Serão 350 alunos que terão entre 240 e 348 horas/aula em desenvolvimento de linguagem Java ou ferramentas de testes. Também serão ministradas aulas de inglês intermediário e avançado. O curso começa em setembro.
HSBC inaugura centro que vai exportar tecnologia
O Banco HSBC inaugurou ontem, em Curitiba, seu terceiro Centro de Tecnologia Global (GLT) mundial, um investimento de R$ 12 milhões que tem a atribuição de desenvolver e exportar soluções em tecnologia para as unidades do grupo localizadas nos 76 países onde está presente.
Unindo-se às unidades da China e da Índia, o GLT de Curitiba prestará assistência e desenvolverá sistemas para unidades do HSBC localizadas na América do Norte e Europa. O presidente mundial das operações de Tecnologia da Informação (TI) do HSBC, John Carr, explicou que os três centros mundiais representam a política offshoring do grupo. ?Produzimos tecnologia em países onde o custo é mais baixo e as exportamos para os de custo mais alto. Muitos projetos só puderam ser concretizados por causa dos baixos custos encontrados na Índia e na China?, disse.
Carr explicou que o Brasil foi escolhido para sediar a terceira unidade por, além do custo mais baixo, ter excelente mão-de-obra, profissionais criativos e estar estrategicamente posicionado, a algumas horas de vôo da Europa e em fuso-horário semelhante ao de Estados Unidos e Canadá.
Segundo Jacques Depocas, responsável pelo GLT Brasil, a unidade absorverá, até o final do ano, aproximadamente 200 profissionais, com perspectivas de, em três anos, atingir 2 mil postos de trabalho. Os primeiros projetos a serem desenvolvidos no centro brasileiro serão a atualização, aperfeiçoamento e padronização do serviço de Internet Banking no Canadá e o desenvolvimento de softwares para gerenciamento dos sistemas de operações de Nova York. Os serviços de TI do Brasil não serão realizados pelo GLT. Há, também em Curitiba, uma unidade com 1.300 funcionários que cuida das questões de tecnologia no País.