O presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp, Rubens Barbosa, afirmou hoje que o País não está reduzindo o chamado custo Brasil. Ao contrário, disse, produzir no País está cada vez mais caro. “O Brasil está se tornando caro e os empresários locais e de fora enfrentam esse encarecimento da produção. Apesar do discurso oficial de tentar reduzir o custo Brasil, novos custos estão sendo criados”, disse Barbosa durante o Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), no Rio.
Ele citou como exemplo a nova legislação para seguro e resseguro. Segundo Barbosa, a nova lei vai encarecer os custos para empresa em grandes obras. Ele mencionou também as discussões sobre o aviso prévio.
Sobre o plano Brasil Maior, lançado recentemente, Barbosa disse que as medidas são corretas, mas ressalvou que é apenas o primeiro passo e que é preciso esperar a sua implementação para avaliar os resultados. Ele afirmou ainda que a Fiesp está fazendo um esforço para ampliar o número de setores beneficiados pela desoneração da folha salarial. Inicialmente, apenas as indústrias de confecções, móveis, calçados e softwares foram incluídas.
Barbosa externou preocupação com o tempo necessário para que a desoneração entre em vigor. “As reduções dos impostos sobre manufaturas são importantes, mas necessitam de regulamentação e não vai ser simples, conhecendo a burocracia brasileira”, disse.
Protecionismo
O presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp cobrou uma atuação mais firme do governo no combate a práticas desleais e protecionistas de outros Países nas relações comerciais com o Brasil.
Ele pediu a ampliação de salvaguardas provisórias contra a China e reações a “medidas protecionistas” adotadas pelo governo argentino. “Não há reação mais forte do governo brasileiro”, disse. Também cobrou a atuação do governo para buscar coibir a triangulação de produtos asiáticos por meio de países do Mercosul.
Barbosa ressaltou ainda que o Brasil precisa encarar a necessidade da realização de reformas. “Todos sabemos que, para a melhoria da competitividade devemos aprovar reformas que estão há mais de dez anos no Congresso”, disse, mencionando as reformas tributária, trabalhista, da previdência e política. “Muitos poderão dizer que é ingenuidade, mas é o que é preciso”, disse.