O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) divulgou nesta sexta-feira (14) o relatório Geo Mercosul: integração, comércio e ambiente, que mostra o impacto do comércio no processo de integração regional sobre o meio ambiente dos países do bloco e seus membros associados.
Segundo o estudo, apresentado na 19ª Reunião de Ministros do Meio Ambiente do Mercosul, no Rio, os produtos naturais primários, como madeira, minério e soja representam mais de 60% das exportações do Mercosul. No caso brasileiro, o percentual é de 47%. Já o Chile e o Uruguai têm mais de 80% de suas vendas externas oriundas de produtos primários da natureza.
Segundo a representante do Pnuma no Brasil, Cristina Montenegro, esta é a primeira avaliação que aponta as relações de comércio, integração e ambiente para orientar os países na garantia de um fluxo comercial sustentável. “O estudo também tem um grupo de recomendações específicas, de como os países podem coordenar suas políticas para garantir um ciclo produtivo mais longo de comércio, e também toca a questão de integração.”
Para o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o relatório é uma grande contribuição para ajudar a “ecologizar” o Mercosul. Ele ressaltou a necessidade de harmonização das legislações ambientais dos países do bloco e de sua atuação conjunta para garantir produção e consumo mais limpos.
“Não adianta os nosso carros [brasileiros] saírem em 2012 com motor S10, com dez partes de enxofre, cruzarmos a fronteira, e não haver esse combustível. Essas questões devem ser colocadas para nos prepararmos – afinal somos um grande mercado comum”, disse o ministro.
Os países do Mercosul englobam uma área de 12 milhões de quilômetros quadrados e têm mais de 250 milhões de habitantes. Segundo valores de 2004, o levantamento mostra que as exportações do bloco geram aproximadamente US$ 105 milhões.