Rio (AG) – Nada de açúcar no cafezinho da assessora de estilo Cláudia Novis, nem no de sua mãe, a empresária Marilene Novis. Nada de gordura no leite e no iogurte delas. E (quase) nada de caloria em maionese, pães, doces, molhos e refrigerantes que consomem. Mãe e filha são adeptas da alimentação light e diet ? formada por produtos cujas vendas nos supermercados aumentam de 25% a 30% ao ano. E que, nos últimos cinco anos, cresceu mais de 300%, superando, inclusive, o ritmo da indústria de alimentos convencionais.
Redução calórica, no entanto, não traz redução de preço. Se quiser preços mais em conta, o consumidor precisa bater perna nos supermercados. ?As diferenças são absurdas. Por isso, fazemos pesquisas de preço?, diz Cláudia, que sempre tem à mesa alimentos saudáveis.
Os supermercados já descobriram o poder de compra de clientes como Cláudia e Marilene. Isso porque, diz Carlos Gouvêa, presidente da Associação Brasileira de Indústria de Alimentos Dietéticos e Para Fins Especiais (Abiad), lojas que vendem esses itens têm ticket médio (valor médio gasto por cliente) 11% superior do que o da que ignora os artigos.
?Essa área é estratégica. Tanto que todo o produto marca própria tem seu braço light. Além disso, nas categorias onde há diet e light, esses produtos são 18% das vendas?, disse Sérgio Piagioli, diretor de Gestão de Produtos da Sendas.
Crescimento como esse se justifica devido ao comportamento do consumidor, cada vez mais adepto a refeições mais leves. Para se ter idéia, 60% da classe A consomem produtos light ou diet. Na classe média, essa participação é de 45,6%, segundo estudo da Abiad.
?O mais interessante é que 34,4% dos consumidores da classe C e 18,9% da D já compram esses artigos. Esses são dados que não podem ser ignorados?, afirma Gouvêa.