Produtores pedem rolagem de dívidas

Porto Alegre (AE) – Entidades rurais e representantes de arrozeiros pediram ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoio à comercialização do cereal e rolagem de dívidas. Os arrozeiros solicitaram R$ 330 milhões em Aquisições do Governo Federal (AGFs), o que seria suficiente para retirar do mercado 750 mil toneladas, além de R$ 500 milhões em Empréstimos do Governo Federal (EGFs).

Os recursos seriam voltados para a produção de arroz irrigado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, explicou o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz), Valter Pötter, que entregou um documento a Lula durante rápida reunião no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.

Pötter também pediu mudanças na medida que permitiu o uso de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) na agricultura, no ano passado. O setor considera que as exigências destas operações estão dificultando a tomada de crédito. ?Pedimos um estudo para direcionar este crédito o mais rápido possível?, disse o dirigente. O principal entrave seria o limite de crédito do produtor e do fornecedor de insumos, que compartilham garantia para liberar o dinheiro.

Os produtores solicitaram também a transferência das duas parcelas de custeio que já tinham sido reprogramadas em 2005 e vencem agora. A intenção dos arrozeiros é mudar o vencimento de março e abril para o período de julho a novembro, evitando coincidir com a colheita da safra no Estado. Com as medidas, o setor quer evitar a quebra do preço do arroz na entrada da safra, socorrendo os produtores com recursos para que não sejam obrigados a ofertar arroz para cumprir os compromissos imediatos, explicou Pötter.

O encontro do setor rural com Lula durou cerca de 15 minutos. Conforme Pötter, Lula disse que iria estudar os pedidos. Os arrozeiros também demonstraram ao presidente que estão dispostos a solicitar o Mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC) que Brasil e Argentina definiram para evitar a invasão de algum produto ao parceiro de bloco. Segundo Pötter, ainda estaria faltando uma etapa burocrática interna no Brasil para habilitar o mecanismo.

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