Os produtores de petróleo dos Estados Unidos, otimistas com a possibilidade de que os preços mais altos da commodity tenham vindo para ficar, divulgaram orçamentos de 2017 que preveem gastos dramaticamente maiores para abrir novos poços. Os planos preliminares de gasto de capital divulgados nas últimas semanas por mais de dez companhias de xisto americanas, entre elas Hess Corp. e Noble Energy, mostram um aumento médio de 60% no orçamento para essas companhias.

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A tendência se dá após dois anos de cortes orçamentários austeros e demissões em companhias de xisto para ajudá-las a lidar com a queda nos preços. O recuo na commodity começou em 2014, quando o petróleo passou de mais de US$ 100 o barril para menos de US$ 30 no início de 2016. Com isso, companhias deixaram poços e plataformas ociosos e demitiram mais de 150 mil trabalhadores nos EUA no setor.

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Muitas companhias do setor de energia anunciarão a previsão orçamentária nas próximas semanas e as indicações preliminares são de que esperam gastar mais, bem como gerar mais petróleo e gás natural em 2017.

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Analista de energia da Raymond James & Associates, Praveen Narra prevê um salto no gasto com xisto, baseando-se na melhor perspectiva para o setor. A Raymond James prevê que o preço do barril fique em média em US$ 70 neste ano, de US$ 43 em média em 2016. “A disposição para gastar certamente existe”, afirmou Narra. “As pessoas estão otimistas de que o pior ficou para trás.”

A RSP Permian, que extrai petróleo exclusivamente no oeste do Texas, elevou seu orçamento para este ano em 97%, para US$ 600 milhões. A ação da companhia mais que dobrou no último ano. A Hess afirma que pretende gastar até US$ 2,5 bilhões neste ano, crescimento de 18% ante os US$ 1,9 bilhão gastos no ano anterior. A companhia gastará um montante significativo para colocar mais plataformas em operação e sua produção deve subir cerca de 10% neste ano, segundo o presidente da Hess, Greg Hill.

O preço do petróleo se estabilizou em mais de US$ 50 o barril graças, em parte, ao acordo para conter a produção fechado por membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), como a Arábia Saudita, bem como por cortes de países importantes de fora do cartel, como a Rússia.

O Barclays aponta que os gastos das companhias produtoras de petróleo e gás pelo mundo devem ter crescimento de 7% em 2017. As empresas dos EUA devem puxar essa lista, segundo J. David Anderson, analista do banco britânico. Anderson estima que os gastos das companhias americanas com exploração e produção aumentarão mais de 50%, o que pode surpreender a Opep e outros concorrentes estrangeiros. “Eles estão prestes a descobrir o quão eficientes os produtores dos EUA se tornaram”, acredita. Fonte: Dow Jones Newswires.