Um grupo de 90 produtores de café de Terra Rica, Região Noroeste, encontrou uma forma de tornar a atividade mais rentável: eles criaram uma associação, que está facilitando a comercialização do produto. A associação eliminou a figura do atravessador e gerou um ganho maior aos agricultores. O cultivo de café no município ocupa 450 hectares.
O produtor Lúcio Morales, que cultiva 8 mil pés de café, confirma as vantagens do associativismo. “Antes, o café se perdia nas mãos de atravessadores; hoje, a venda é feita direta e a gente ganha até 20% a mais”.
A Associação de Produtores Rurais de Terra Rica (Aproter) foi criada há dois anos, quando os agricultores decidiram comprar uma unidade móvel de beneficiamento de café.
Como o financiamento bancário para compra da unidade móvel só poderia ser liberado por meio de uma entidade, os produtores providenciaram a criação da Aproter. Com o dinheiro, os agricultores compraram um caminhão, por R$ 63 mil, dos quais R$ 50 mil financiados. A unidade beneficia em média 150 sacas de café por dia.
“Nós nos organizamos pela necessidade e hoje sabemos a força que tem a associação. Por enquanto, temos o grupo café, mas estamos criando o grupo leite e pretendemos ir mais longe”, afirma o produtor Osvil Dandoline, que coordena o setor de comercialização da Aproter.
Segundo o engenheiro agrônomo Ney Maior, da Emater, a associação foi uma conquista de parcerias – o barracão que funciona como sede da entidade foi cedido pela Prefeitura de Terra Rica; os produtores pagaram parte do financiamento para aquisição da unidade móvel e a Emater participa com a assessoria técnica.
O produtor Hido Shimada, que também faz parte da Aproter, diz que os resultados do trabalho associado podem ser traduzidos na venda direta do café e no aumento da renda dos agricultores. “Com nossa organização conseguimos ganhar mais e isso é muito importante”, confirma.