Produtor brasileiro prepara entrada do etanol na China

A União da Indústria de Cana de Açúcar e produtores de etanol brasileiros começaram movimentos preliminares para entrar no potencialmente grande mercado chinês de biocombustíveis, mas várias questões precisam ser resolvidas antes que projetos conjuntos possam ter início, afirmou hoje o presidente da Unica, Marcos Jank, que está em visita à China.

“Estamos aqui na China para iniciar as discussões. Isso não ocorrerá em uma semana, isso pode acontecer em um ano”, disse ele. Segundo ele, os problemas que precisam ser superados incluem as pesadas tarifas de importação da China e o fato de que a mistura de etanol e a distribuição no país são controladas por um grupo muito pequeno de empresas.

Na semana passada, Jank se encontrou com autoridades da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e representantes das principais empresas de petróleo e de automóveis da China. A China começou a introduzir uma mistura de 10% de etanol à gasolina em algumas partes do país. Mas a introdução da mistura em todo o país exigiria mais etanol do que a produção atual de 2 milhões de toneladas por ano.

No entanto, como a maior parte do etanol na China é produzida a partir de milho, uma decisão do governo para interromper a produção de etanol a partir de lavouras que servem para alimentação significa que o país precisa encontrar alternativas, e o Brasil pode oferecê-las, segundo Jank. O Brasil é o maior produtor mundial de cana e de etanol de cana.

Além de exportar etanol de cana do Brasil para a China, também há oportunidade para o desenvolvimento de projetos conjuntos entre empresas de petróleo chinesas e grupos brasileiros para a produção de cana no Brasil ou em outros países, para então embarcar etanol para a China. A Unica tem cerca de 200 produtores de cana e etanol como membros, que juntos são responsáveis por cerca de 60% da produção anual de 22 milhões de toneladas de etanol do Brasil, afirmou Jank, acrescentando que as exportações anuais agora estão em torno de 4,5 milhões de toneladas.

A Unica estuda abrir um escritório em Pequim, que se somaria aos que a união já possui em Washington e Bruxelas, afirmou Jank, destacando que os maiores importadores do etanol brasileiro são os Estados Unidos e a União Européia. Empresas brasileiras vendem pequenas quantidades de etanol para o Japão, mas o mercado japonês não tem o potencial que a China oferece. As informações são da Dow Jones.

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