Produtividade é afetada pela subutilização, avalia Fiesp

A perda de produtividade na indústria paulista tem como uma de suas causas a subutilização, de acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. Ele avaliou o desempenho do setor nesta terça-feira, durante a divulgação do nível de emprego da indústria.

“Fábrica cheia é mais produtiva do que fábrica vazia. Ou seja, quando você está usando bastante da sua capacidade produtiva, tende a ter ganhos de produtividade”, disse ele. De acordo com a Fiesp, a produtividade física do trabalho da indústria de transformação registrou queda de 0,7% em 2012 até novembro. A produtividade física é medida pela divisão das horas utilizadas por unidade produzida.

Segundo Francini, na avaliação da produtividade que leva em conta o salário por unidade produzida, a queda seria ainda maior, para “algo em torno de 2,5%”. “Por causa dos dois pontos porcentuais de crescimento real do salário”, justificou Francini.

O aumento dos salário, de acordo com ele, é justificado pelas anuais condições de trabalho do mercado brasileiro. “Temos taxa muito baixa de desemprego e tivemos evoluções muito grandes nos salários, que acabam contaminando também o salário da indústria.” O aumento dos salários, segundo o economista da Fiesp, impacta a produtividade econômica, pois há maior gasto por unidade de produto.

A produtividade física também está relacionada com o aumento no custo de trabalho. “Enquanto você aumenta a produtividade física em cinco pontos porcentuais, por exemplo, você consegue aguentar uma aumento de salários de 5% sem ter perdas de produtividade”, afirmou.

Produtividade

Questionado sobre como a indústria pode lidar com essa pressão do maior custo do trabalho, já que os salários têm se valorizado nos últimos anos, Francini respondeu: “Aumentando a produtividade”.

Sobre os investimentos, o economista ressaltou que um dos motivos que levam as empresas a investir é a necessidade de ampliação da sua capacidade produtiva, para atender um mercado crescente. “Isso não tem sido a condição da indústria brasileira”, comentou. Um segundo motivo que estimula os investimentos é a busca de competitividade.

Segundo Francini, essa tentativa de aumentar a competitividade, de acordo com ele, quase sempre passa pela redução do custo da mão de obra por unidade produzida. “Eu preciso baratear meu processo de transformação. E uma forma é incorporar processos mais modernos, que quase sempre vão no sentido de redução do custo da mão de obra por unidade produzida”, afirmou.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna