O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no último dia 2 as portarias número 49 e 51, que determinam o zoneamento agrícola para as culturas de maçã e nectarina no Estado, respectivamente.
A metodologia de zoneamento agrícola de risco climático contém parâmetros edafoclimáticos – fatores que tem relação entre planta, solo e clima para plantio, considerada tão importante para o desenvolvimento das culturas como para a definição do sistema de produção – e é resultado de análise de, no mínimo, 15 anos. O estudo visa a minimizar os riscos e evitar que um infortúnio do tempo possa coincidir com a fase mais delicada da planta.
O zoneamento agrícola começou a ser aplicado a partir de 1996 e, desde então, vem sendo ampliado sistematicamente a fim de se consolidar como uma ferramenta especial para o auxiliar na administração de riscos climáticos na agricultura, servindo como um instrumento de política para o Mapa.
Ao contrário de outros tipos de zoneamentos, cuja base de conceito foi trabalhada em cima da potencialidade e aptidão, o zoneamento agrícola de risco climático aplica estudos e pesquisas com base na matemática e estatísticas (frequencistas e probabilísticas) com a meta de quantificar o risco de perda das lavouras em razão de intempéries climáticas, como a seca, além de verificar as variáveis do solo, clima e planta.
A partir desse zoneamento, fica mais fácil identificar para os municípios a melhor época para iniciar a plantação das culturas nos diferentes tipos de solo e também dos ciclos das plantas.
O Mapa informa que isso torna mais fácil o entendimento e adoção dos produtores rurais, extensionistas, agentes financeiros, seguradores, entre outros usuários.
Essa metodologia foi desenvolvida por instituições de pesquisa agrícola federais e estaduais, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), fundações e instituições de ensino superior, que objetivam otimizar o período de plantio das cidades produtoras.
O Mapa explica que o trabalho passa por uma revisão todos os anos e é divulgado em portarias no Diário Oficial da União (DOU) a cada ano-safra. As portarias informam que o zoneamento agrícola de risco climático indicam também as culturas adaptadas às diversas regiões que possuem sementes certificadas, conforme informações encaminhadas pelos produtores de semente.
O Mapa também alerta que para que uma cultura seja indicada para zoneamento agrícola de risco climático é necessário que esta esteja registrada junto ao Registro Nacional de Cultivares (RNC). Mais informações sobre esse trabalho pode ser encontrada no site www.agricultura.org.br.
Fruticultores paranaenses estão animados em manter a qualidade na produção de maçã. |
Ânimo para os fruticultores do Paraná
A notícia para o zoneamento agrícola de risco climático para as culturas de maçã e nectarina para o Estado animou os fruticultores paranaenses. De acordo com o produtor e presidente da Associação dos Fruticultores do Paraná (Frutipar), Paulo Carlos Cosmo, a medida vinha sendo requisitada há algum tempo e vai auxiliar os fruticultores a manter a qualidade da maçã e nectarina produzida no Estado.
Embora confesse que ainda não tem ciência de como ficou a redação final da portaria, para Cosmo a medida vai ajudar aos produtores a saber como investir com mais segurança.
“Até onde eu sei sobre esse zoneamento, a medida é interessante porque o fruticultor terá,; a possibilidade de saber qual a melhor época do ano para iniciar o plantio e como investir nisso, obtendo um desenvolvimento das duas culturas e podendo ampliar essa atividade, que tem destaque na região centro-sul do Paraná e Região Metropolitana de Curitiba”, avalia.
De posse desse estudo, o presidente da Frutipar acredita que o mercado poderá melhorar bastante, inclusive na geração de empregos. A fruticultura demanda muita mão-de-obra. O mercado está em evidência. Aperfeiçoando ainda mais a produção, certamente vai gerar reflexos positivos para a economia do Paraná”, afirma.