Produção industrial teve queda de 5,3%

A produção industrial do Paraná caiu 5,3% em janeiro na comparação com igual mês do ano passado. Foi o pior desempenho entre os 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), bem abaixo da média nacional de 3,2%. Além do Paraná, apenas o Rio Grande do Sul registrou queda na produção (-2%). Esse foi o sétimo resultado negativo consecutivo da produção industrial paranaense.

Conforme levantamento do IBGE, o setor de veículos automotores exerceu a principal contribuição negativa, com queda de 33,7% – resultado das férias coletivas concedidas por algumas fábricas aos trabalhadores. Caso da Volkswagen, instalada em São José dos Pinhais – que responde pela maior produção de veículos do Estado -, que concedeu férias de dez dias (entre 2 e 12 de janeiro) aos funcionários. E para março, a produção deve ficar menor de novo. É que a fábrica concedeu férias coletivas aos funcionários do terceiro turno. Com isso, a média de 810 veículos produzidos por dia caiu para 565, informou Marco Antonio da Silva, da comissão de fábrica. A concessão de férias coletivas a trabalhadores de uma grande empresa de bombas injetoras, segundo o IBGE, também puxou o índice para baixo.

Outros setores que influenciaram negativamente o índice global foram: edição e impressão (-20,6%) – por conta da queda, principalmente, de livros e brochura – e madeira (-9,7%), com destaque para madeira compensada. Já os principais impactos positivos vieram da celulose e papel (crescimento de 15,9%) – com destaque para papel-cartão e cartolina – e máquinas e equipamentos (8,5%), onde se sobressaíram máquinas para fabricar pasta de celulose.

?O que a gente observa é uma tendência de desaceleração da indústria paranaense. E isso fica mais claro com os dados do acumulado nos últimos 12 meses, que passou de 1,3% em dezembro para 0,1% em janeiro?, analisou a economista Fernanda Vilhena, da Coordenação da Indústria do IBGE. ?Esse também é o cenário nacional, com taxas positivas, porém cada vez menores?, acrescentou. No caso do Paraná, a produção industrial vem caindo desde julho do ano passado, na comparação com o mês do ano anterior.

Nível nacional

Em nível nacional, a produção regional da indústria apresentou um quadro de resultados positivos em 12 das 14 áreas pesquisadas, na comparação com igual mês de 2005. Pará (10,7%), Espírito Santo (10,1%), Ceará (9,9%), Bahia (6,6%), Rio de Janeiro (5,8%), Amazonas (5,6%), Minas Gerais (5,2%) e Pernambuco (4,3%) assinalaram taxas acima da média nacional (3,2%). Os demais locais com aumentos foram: Santa Catarina (2,1%), região Nordeste (1,9%), São Paulo (1,7%) e Goiás (1,2%). Somente as indústrias do Rio Grande do Sul (-2,0%) e do Paraná (-5,3%) registraram redução.

Na avaliação da coordenadora da pesquisa do IBGE, Isabela Nunes Pereira, os resultados regionais confirmam a recuperação do setor mostrada no início do ano na comparação com o último trimestre do ano passado.

?O início de 2006 mostrou um ritmo de crescimento maior do que a média do último trimestre de 2005, de 1,3%, e esse movimento observado pela indústria nacional foi confirmado pelas regiões?, explicou Isabela.

Segundo a coordenadora, o desempenho das indústrias em janeiro continua relacionado à produção de bens de consumo duráveis e não-duráveis, como automóveis, telefones celulares, televisores, medicamentos e exportações de celulose e minério de ferro.

Na base desse perfil de crescimento, é observada uma expansão do consumo interno, principalmente baseado no crédito e no aumento da massa salarial, além da manutenção do chamado ?vigor? das exportações.

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