A produção da indústria brasileira ganhou mais fôlego no m~es de agosto. Conforme a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira, 18, o indicador do nível de produção atingiu 52,7 pontos no mês passado, ante 52,1 pontos em julho. Foi o segundo mês consecutivo que o indicador ficou acima dos 50 pontos. Em junho, o indicador de produção estava em 46 pontos, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A CNI, entretanto, ressalta que, apesar da recuperação registrada em agosto, o cenário ainda não é confortável para a indústria. “O setor continua operando com utilização da capacidade instalada abaixo do usual e excesso de estoques”, cita nota divulgada pela confederação sobre a pesquisa. Apesar da ascensão apurada desde junho, o resultado de agosto deste ano ficou abaixo do que tinha sido registrado em agosto de 2012, quando o nível de produção alcançou 54,7 pontos.
Os indicadores apresentados variam em uma escala que vai de zero a cem. Quando há números acima de 50, há uma situação positiva. A pesquisa apresenta indicadores sobre nível de produção, número de empregados, UCI (Utilização da Capacidade Instalada), UCI efetiva em relação à usual, situação dos estoques de produtos finais efetivo em relação ao planejado e evolução dos estoques. Também há dados sobre as expectativas dos industriais em relação à demanda, à quantidade exportada, às compras de matéria-prima e ao número de empregados, considerando o horizonte dos próximos seis meses. A UCI, em porcentuais, alcançou 74% em agosto, ante 72% em julho. Em agosto do ano passado, também estava em 74%.
Empregados
O indicador de evolução do número de empregados subiu de 48,5 pontos em julho para 49,2 pontos em agosto, aproximando-se da linha divisória dos 50 pontos. Segundo a CNI, isso significa que a queda no número de empregados foi menos disseminada do que no mês anterior. Conforme a pesquisa, o indicador de utilização da capacidade instalada em relação ao usual aumentou para 45,9 pontos em agosto, abaixo dos 50 pontos. Isso revela que o nível de utilização da capacidade instalada foi menor do que o usual para o mês de agosto, mas o desaquecimento diminuiu.
Mas a CNI argumenta que os problemas vão além e que indústria continua com excesso de estoques. O indicador de estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 51,3 pontos. O problema é maior nas grandes empresas, nas quais o índice alcançou 53,6 pontos.
Se há problemas no presente, pelo menos os empresários industriais estão otimistas em relação aos próximos seis meses. Todos os indicadores de expectativa, como demanda, exportação, compra de matérias-primas e número de empregados, ficaram acima dos 50 pontos, ou seja, no terreno de expectativas positivas. Em setembro, a expectativa de demanda ficou em 59,4 pontos, a de quantidade exportada passou para 53,5 pontos, a de compras de matéria-prima subiu para 56 pontos e a de número de empregados, para 52 pontos.
“Os índices cresceram na comparação com agosto, o que mostra expectativas positivas mais disseminadas do que no mês anterior”, conclui a pesquisa. As consultas para a elaboração do estudo foram realizadas entre 2 e 12 de setembro, com 1.986 indústrias do Brasil.