A produção industrial voltou a cair no Paraná, encerrando outubro com queda de 6,2% na comparação com igual mês do ano passado. Foi a quarta retração consecutiva neste tipo de comparação. Em setembro, a queda havia sido ainda maior, de 7,4%. Em nível nacional, a produção industrial permaneceu praticamente estável (aumento de 0,4%). Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Paraná, oito das 14 atividades pesquisadas registraram recuo na produção, entre elas a indústria de alimentos (-15,1%), puxada principalmente pelo açúcar, que está em período de entressafra; edição e impressão (-30,8%), com queda em livros e jornais; máquinas e equipamentos (-24,1%), por conta de máquinas agrícolas, como colheitadeiras e tratores, além de madeira (-25,2%), com a redução em painéis de madeira.
Para a técnica da Coordenação da Indústria do IBGE, Fernanda Vilhena, os resultados do Paraná em outubro mostram que a trajetória de desaceleração persiste. ?É o mesmo que ocorreu em âmbito nacional. Foi o segundo mês consecutivo em que a maior parte dos estados (oito dos 14 pesquisados) teve resultado negativo?, apontou Fernanda. ?Foram poucos os que se sobressaíram.?
No sentido oposto, as atividades que registraram maior crescimento no Paraná em outubro foram a produção de veículos automotores (expansão de 28,5%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (45,6%).
No ano, a produção industrial do Paraná acumula crescimento de 2,3% – abaixo do desempenho nacional, que aponta expansão de 3,8%. Sete ramos industriais acumulam crescimento e outros sete, queda. Entre os setores industriais que apresentaram resultados positivos, veículos automotores (27,0%) foi o de maior impacto positivo sobre a média geral. Vale destacar ainda o desempenho positivo de refino de petróleo e produção de álcool (13,7%). Na outra ponta, alimentos (-5,3%), produtos químicos (-19,9%), madeira (-11,9%) e máquinas e equipamentos (-8,5%) representaram as maiores pressões negativas. Já no acumulado dos 12 meses, a produção industrial do Paraná apresenta crescimento de 4,3%, acima da média nacional, de 4,1%.
Nível nacional
Em nível nacional, a produção industrial caiu em oito dos 14 locais pesquisados pelo IBGE. As quedas na produção ocorreram na Bahia (-0,3%), Pernambuco (-1,3%), Goiás (-3,5%), região Nordeste (-4,0%), Santa Catarina (-5,0%), Paraná (-6,2%), Rio Grande do Sul (-6,6%) e Ceará (-12,1%).
Em termos percentuais, a expansão da produção foi liderada pelo Amazonas (12,1%), seguido por Pará (6,4%), Minas Gerais (5,2%), Espírito Santo (3,6%), Rio de Janeiro (2,6%) e São Paulo (0,9%). As regiões que registraram taxas positivas cresceram acima da média nacional, de 0,4%.
No ano, a maioria das regiões ainda registra crescimento, com exceção do Rio Grande do Sul (-3,8%) e do Ceará (-0,6%). O Amazonas é o único a apresentar uma taxa de expansão de dois dígitos, de 15,6%, em razão do avanço na produção de material eletrônico e de comunicações (telefones celulares e eletroeletrônicos).
Os resultados de outubro estão em linha com a análise de que os sinais mais significativos de recuperação da indústria deverão ocorrer apenas nos dois últimos meses do ano. A desaceleração da produção industrial foi um dos principais fatores responsáveis pela queda de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre. Economistas estimam que só haverá um ganho de fôlego mais consistente com a proximidade das festas de fim de ano.
