A produção industrial mais forte do que o esperado pressionou as taxas de juro na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). O resultado de maio mostrou um crescimento de 1,3% na margem, acima das estimativas. E provocou, assim, um fluxo comprador em todos os contratos de juros, especialmente nos de curto prazo, com vencimentos até janeiro de 2010. Com isso, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2009, o mais negociado hoje, terminou a 10,75% ao ano, ante 10,63% de ontem. Já o DI para janeiro de 2010 encerrou a 10,77% ao ano (10,63% do dia anterior).
Operadores dizem que o resultado da produção industrial não altera a aposta de que o juro continuará em queda – até porque os números indicam que a indústria está ampliando sua capacidade produtiva para dar conta da aceleração da atividade. Mas, ainda assim, o resultado divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) torna menos atraente a aposta de que o Comitê de Política Monetária (Copom) será mais ousado na condução da política monetária nos próximos meses.
A produção industrial do IBGE, na comparação com maio de 2006, também mostrou vigor, com taxa de expansão de 4,9%, dentro do previsto. A boa notícia é que a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) teve forte desempenho, sinalizando que a indústria permanece ampliando sua capacidade produtiva, o que reduz o risco de gargalos. Bens de capital mostraram avanço de 5 1% na margem e de 19,4% ante igual período de 2006.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de junho somou-se à lista dos indicadores que vêm mostrando alta dos preços e gerado algum desconforto no mercado de juros. O IPC subiu 0,55% no mês passado, em relação a +0,36% em maio.
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