Produção industrial pára de crescer após seis meses

A produção da indústria brasileira ficou estável em setembro após seis meses de crescimento, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em setembro, o Banco Central elevou a taxa básica de juros pela primeira vez desde fevereiro de 2003, o que, em tese, contribui para esfriar a economia. Na comparação com agosto, a indústria ficou estacionada, sem expansão nem queda na produção. Já em relação a setembro do ano passado, houve expansão de 7,6%.

A estabilidade da produção na comparação entre agosto e setembro contraria as previsões do chefe de Coordenação da Indústria do IBGE, Sílvio Sales. No mês passado, Sales afirmou que o crescimento da indústria era consistente e deveria continuar com base não só nas exportações e na agroindústria como também no mercado interno. Ontem, entretanto, o IBGE afirmou em nota que os índices revelam uma “acomodação no ritmo industrial”.

Analistas destacam que a capacidade instalada no limite e os gargalos de crescimento podem se tornar entraves a uma maior expansão da atividade industrial.

Em agosto, a indústria havia crescido 1,1% na comparação com o mês anterior. A interrupção no ritmo de crescimento em setembro está relacionada à melhora na base de comparação. No ano passado, a indústria e a economia brasileira em geral tiveram um desempenho muito fraco no primeiro semestre e deram sinais de recuperação na segunda metade do ano.

Além disso, o aumento de 0,75 ponto percentual nos juros, acumulado em setembro e outubro e que elevou a taxa básica para 16,75% ao ano, tem contribuído para piorar as expectativas dos empresários do setor.

Das 23 atividades pesquisadas pelo IBGE, 12 registraram crescimento de agosto para setembro, com destaque para alimentos (3,1%), bebidas (5,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (1,8%). No lado negativo, destacam-se fumo (-28,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,1%) e outros produtos químicos (-1,2%).

Entre as categorias, o único destaque positivo foi bens de consumo semiduráveis e não duráveis (1,5%).

No acumulado do ano, a produção industrial registra crescimento de 9%.

Rodovias têm menos veículos

Mais um indicador confirma a tendência de recuo no ritmo de crescimento da economia após a decisão do Banco Central de retomar o processo de alta dos juros em setembro. Em outubro, o fluxo de veículos nas rodovias com pedágio caiu 1,9% em relação a setembro, divulgou ontem a ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias).

Outro termômetro é o fluxo de veículos pesados, envolvidos na produção industrial e agrícola do País. No mês passado, esse tipo de tráfego teve queda de 2,3%, a segunda consecutiva.

Para o economista Juan Jensen, a queda no fluxo revela que o ritmo de crescimento econômico do País diminuiu, mas ele minimiza o dado. “Depois de oito meses de alta, é natural que a atividade econômica sofra uma acomodação.”

Considerando o período de 12 meses, os indicadores da ABCR sobre o fluxo nas rodovias continuam positivos.

Ontem, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a produção industrial ficou estável em setembro, após seis meses de crescimento.

No final de agosto, as principais redes de varejo do País já apontavam uma redução no ritmo de vendas.

Elas prometem segurar os juros cobrados dos consumidor com o intuito de “salvar” o Natal, de olho na injeção extra de R$ 40,2 bilhões na economia com o pagamento do 13.º salário no País.

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