A produção industrial brasileira ficou estagnada no mês de julho. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apurou crescimento zero da atividade do setor na comparação com os dados de junho. O resultado inclui ajuste sazonal, que desconta os movimentos típicos de cada período analisado.
Na comparação com julho do ano passado, a indústria foi beneficiada por um efeito estatístico. O racionamento de energia vigente em julho do ano passado causou uma queda no nível da atividade econômica e a base de comparação tornou-se baixa. Assim, houve crescimento de 3,3%.
A indústria de transformação registrou alta de 0,3% de junho para julho. Já a indústria extrativa mineral teve queda de 1% no período.
O IBGE afirma, no entanto, que embora o nível de produção esteja estabilizado, a tendência passou a ser de queda a partir de julho, de acordo com os índices de médias móveis trimestrais.
O trimestre encerrado no mês de julho -que compreende os meses de maio, junho e julho- apresentou um recuo de 1,5% em relação ao trimestre composto pelos meses de abril, maio e junho. Essa é a metodologia utilizado pelo IBGE para calcular a média móvel trimestral.
A renda média e a massa salarial em queda, a dificuldade de crédito e os juros altos têm sido os maiores entraves para uma retomada do crescimento do setor industrial. Os bens duráveis, como carros e eletrodomésticos, foram os mais afetados pelas condições desfavoráveis da economia e tiveram queda de 4% no indicador da média móvel trimestral. Já os bens de consumo semi-duráveis, redução de 2,7%. Os bens de capital, que refletem o nível de investimentos do setor, registraram queda de produção de 2%. Os bens intermediários tiveram recuo de 0,8%.
No ano, até julho, a indústria teve evolução de 0,4% e, nos últimos 12 meses, uma retração de 0,8%. Segundo o chefe do Departamento de Indústria do IBGE, Sílvio Sales, o que vem sustentando a indústria são a exploração de petróleo e gás e a agropecuária – sustentada pela boa safra agrícola e voltada principalmente para as vendas externas. O setor extrativo-mineral, que abrange a atividade de petróleo e gás, cresceu 11,7% no ano enquanto que o segmento de produtos alimentares expandiu sua produção em 3,3%.
Em queda, o fraco desempenho dos setores de telecomunicações automobilístico causou retrações de 11,9% no segmento de material elétrico e de comunicações e de 4,8% no de material de transporte.
Os bens duráveis tiveram queda de 3,4% no ano. Os bens de consumo não-duráveis, como vestuário, calçados e alimentos, registraram pequena alta de 0,5% no período. No ano, os bens de capital caíram 1%, enquanto os bens intermediário apresentaram alta de 0,7%