A produção industrial do Paraná, em abril, ficou praticamente estável em relação a março, segundo divulgou, ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice do Estado ficou em -0,1%, melhorando em relação aos -2,6% apresentados no mês anterior.
Na comparação com abril do ano passado, a queda na indústria paranaense foi de 2,8%, que foi menos expressiva que a média nacional, de -14,8%, mas reverteu dois meses seguidos de alta.
O índice acumulado nos últimos 12 meses, que vem em queda desde novembro de 2008, chegou a 4,8% em abril, no Paraná o resultado mais baixo desde julho de 2007, quando fechou em 4,5%.
Já o indicador apontado pelo IBGE para o primeiro quadrimestre do ano, ante o mesmo período do ano anterior, fechou em queda de 1,4%, melhorando em relação aos últimos quatro meses do ano passado (-5%).
“Não há muitas novidades. A tendência de queda que vem desde outubro do ano passado ainda vem se mantendo, embora este mês tenha sido menor que nos outros”, diz o analista do IBGE Luís Alceu Paganotto.
Ele explica que as atividades que seguraram o índice do Paraná estável em relação a março foram as de edição e impressão que vem crescendo bastante no ano e de refino de petróleo puxada pelas atividades da Petrobras em Araucária e São Mateus do Sul.
Paganotto também destaca o mau desempenho da indústria automobilística paranaense, da qual vem se esperando, há alguns meses, uma melhora que não acontece.
Na comparação com abril de 2008, o analista aponta uma queda de 32,4% na produção. No quadrimestre, comparado com o mesmo período do ano passado, também há queda, de 35,6% e, no acumulado dos últimos 12 meses, a retração frente aos 12 meses anteriores é de 2,5%.
“O setor ainda está desovando os estoques enquanto dura a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis”, afirma, concluindo que as indústrias não estão prevendo boas vendas para os próximos meses. Além da baixa produção de automóveis, o IBGE também destacou queda na fabricação de caminhões.
No resultado dos quatro primeiros meses do ano, nove ramos reduziram a produção. Além dos veículos automotores, os setores de máquinas e equipamentos (-25,4%) e madeira (-27,5%) apresentaram queda, principalmente na produção de máquinas para colheita e para fabricar celulose, e painéis de madeira. Já o ramo de edição e impressão cresceu 138,9% no período, devido a um aumento na fabricação de livros, brochuras e impressos didáticos.