Produção industrial do Paraná recua 3,4%

A produção industrial do Paraná iniciou o ano em queda. Em janeiro, o recuo foi de 3,4%, na comparação com dezembro de 2006. Foi o segundo pior resultado do País, ficando à frente apenas do Ceará, onde a queda foi de 3,5%. Ao todo, sete das quatorze regiões pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentaram recuo neste tipo de comparação. A média nacional ficou em -0,3%.  

A queda verificada no Paraná em janeiro ocorreu depois de três resultados positivos – período em que a expansão acumulada chegou a 7,8%, já descontadas as influências sazonais. ?A queda de 3,4% na produção do Paraná é relativa, uma vez que havia um salto positivo de três meses de crescimento?, apontou a gerente de Análise e Estatísticas do IBGE, Isabella Nunes. ?Depois de três meses com taxas positivas, a tendência é mesmo de acomodação?, acrescentou.

Segundo ela, tanto o Paraná como o Rio Grande do Sul vêm apresentando maior dinamismo na economia. Isso pode ser verificado na observação da média móvel trimestral, que serve como indicador de tendência. No Paraná, a média móvel apresentou em janeiro a quarta taxa positiva consecutiva, com o acumulado de 4,5% no período. ?A situação do Paraná já foi pior em outros tempos?, destacou.

Resultado mensal

Na comparação com janeiro de 2006, a produção industrial do Paraná cresceu 3,2% em janeiro último, um pouco abaixo da média nacional, que ficou em 4,5%. Foi o quarto resultado positivo neste tipo de comparação, com sete das quatorze atividades pesquisadas apontando expansão.

O principal impacto positivo veio de veículos automotores (42,6%), apoiado, sobretudo, na maior fabricação de automóveis e caminhões. Outros setores que registraram expansão foram ?outros produtos químicos? (8,1%) – por conta de itens como adubos e fertilizantes -, ?mobiliário? (8,5%) – com a produção maior de guarda-roupas e armários de madeira -, e ?máquinas, aparelhos e materiais elétricos? (9,1%) – devido à fabricação de peças para interrupção e proteção elétrica. ?A expectativa de uma safra maior, com o preço da soja em alta e sem problemas climáticos, está pressionando a demanda por alguns produtos, como adubos e fertilizantes?, analisou Isabella Nunes. Já a produção de guarda-roupas e armários de madeira é destinada ao mercado interno, mas com viés à exportação.

Na ponta contrária, a maior contribuição negativa veio do setor de madeira (-20,3%), pressionado pela redução na fabricação de folhas para folheados e madeira compensada.

País

Em nível nacional, a produção industrial caiu em sete das 14 regiões do País pesquisadas, na comparação com dezembro de 2006. Para André Macedo, técnico da Coordenação da Indústria do IBGE, o recuo na produção de diversos estados em janeiro pode ter sido influenciado pelas importações de óleo diesel e de gasolina. ?Na metade de 2006 para cá esses produtos apresentaram maior volume de importação e pode ser um fator?, afirmou.

As paralisações em refinarias ocorreram em São Paulo, Ceará e Amazonas. Além do Paraná, houve recuo nos estados de Minas Gerais (-0,9%), Rio Grande do Sul (-1%), Pernambuco (-1,5%), Espírito Santo (-2,7%) e Ceará (-3,5%). Na contramão, ampliaram a produção os estados da Bahia (10,8%), do Amazonas (9,4%), de Goiás (5,8%), do Pará (4,4%), a região Nordeste (4,8%), o Rio de Janeiro (2,8%) e Santa Catarina (0,8%).

Na comparação com janeiro de 2006, todas as regiões apresentaram expansão da produção industrial, com exceção do Ceará, que teve queda de 5,4%, devido à pressão negativa do setor de refino de petróleo e produção de álcool. A maior expansão percentual no período ficou com Goiás (18,4%).

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