A produção física industrial do Paraná cresceu 21,42% nos últimos dez anos, 4,05 pontos percentuais abaixo da média nacional do período (25,47%). Este desempenho deixou o Paraná em sétimo lugar no ranking dos estados, conforme levantamento elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) com base nos dados coletados mensalmente pelo IBGE. Com aumento superior ao da indústria paranaense entre 1994 e 2003, aparecem: Espírito Santo (77,60%), Ceará (41,45%), Rio de Janeiro (41,26%), Minas Gerais (31,26%), Santa Catarina (26,71%) e Rio Grande do Sul (22,89%).

Embora nos últimos anos a indústria do Paraná tenha se destacado no cenário nacional, com os melhores índices do País, a análise dos últimos dez anos aponta um crescimento médio de 2,14% ao ano. “É um crescimento muito baixo para a indústria”, considera o economista Cid Cordeiro, supervisor técnico do escritório do Dieese no Paraná. “De 2000 para cá, o desempenho ficou acima da média nacional. A variação anual mostra o comportamento conjuntural, enquanto o período maior de tempo permite uma leitura do movimento estrutural”, comenta.

Segundo Cordeiro, o desempenho da indústria paranaense foi afetado pelos mesmos fatores que impactaram o setor no País. De 94 até 2003, dois momentos distintos marcaram a economia brasileira. “Em 94, os primeiros efeitos do Plano Real foram o aumento da renda e o crescimento da economia. Mas a partir de 95, até 98, o Brasil teve uma grande perda da produção industrial em função da valorização cambial e redução das alíquotas tarifárias, que promoveu o crescimento acentuado das importações”, relembra o economista. Em 99, prossegue, com a questão cambial resolvida, a economia vivenciou novo período de baixo crescimento em função da queda na renda da população.

Setores

Dos 18 gêneros de atividade industrial pesquisados pelo IBGE, sete apresentaram redução na produção nos últimos dez anos. “Os segmentos de maior valor adicionado tiveram baixo desempenho”, destaca Cordeiro, acrescentando que outros setores tiveram aumentos expressivos em função da ampliação do parque industrial. Em termos percentuais, o maior crescimento ocorreu no setor de borracha (223,47%), que representa apenas 0,46% da produção total do Estado. Produtos alimentares, que era o setor de maior peso (24,77%), ficou em décimo lugar, com variação positiva de 21,26% – 8,92 pontos percentuais abaixo do desempenho nacional dessa atividade. Química, que contribui com 22,17%, aparece na sexta colocação, com alta de 37,56% – 10,46 pontos acima da média do País.

Também tiveram crescimento: Bebidas (121,41%), Mecânica (99,61%), Mobiliário (97,23%), Metalúrgica (47,56%), Madeira (36,01%), Transformação de Produtos Não-Metálicos (34,32%), Material de Transporte (21,41%) e Papel e Papelão (0,02%).

A maior queda foi registrada em Couros e Peles (-69,56%), seguido de Fumo (-67,43%), Têxtil (-55,78%) e Vestuário, calçados e artefatos de tecidos (-52,59%). A retração mais expressiva, no entanto, ocorreu em Material elétrico e de comunicação (-25,63%), que representava 6,17% do total da produção física do Estado. Ainda com redução aparecem: produtos de materiais plásticos (-17,97%) e perfumaria, sabões e velas (-5,32%).

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