Foto: Arquivo/O Estado |
Indústria de veículos automotores: principal contribuição negativa. continua após a publicidade |
A produção industrial do Paraná ajustada sazonalmente caiu 1,2% na passagem de junho para julho. Foi a segunda queda consecutiva neste tipo de comparação. De maio para junho, a redução havia sido de 4,9%. Com isso, a perda acumulada nos dois meses chega a 6,0%. Já em nível nacional, houve aumento de 0,6% na produção industrial. Os dados fazem parte da pesquisa industrial mensal, produção física regional, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com julho de 2005, também se observa taxa negativa (-1,0%) na indústria do Paraná. Com isso, o indicador acumulado nos sete primeiros meses do ano permanece mostrando resultado negativo (-3,3%), assim como no acumulado dos 12 últimos meses (-4,3%) – a maior queda entre as 14 regiões pesquisadas pelo IBGE.
De acordo com a coordenadora da pesquisa de Produção Industrial Regional do IBGE, Isabella Nunes Pereira, o resultado de junho e julho (queda de 6%) praticamente anulou o crescimento verificado em abril (1,9%) e maio (6,7%). Com isso, a média móvel, que apontava no sentido de crescimento na produção do Paraná, agora mostra estabilidade.
Setores
A queda de 1,0% em julho, frente ao mesmo mês do ano passado, deve-se, principalmente, ao decréscimo em seis dos quatorze setores pesquisados. A principal contribuição negativa para a formação da taxa global veio de veículos automotores (-28,9%), por conta do recuo na fabricação de bombas injetoras para veículos, e automóveis. Também aparecem com quedas importantes produtos químicos (-16,7%) e madeira (-12,8%), em grande parte, pela diminuição na produção de adubos ou fertilizantes e folhas para folheados, respectivamente. Por outro lado, alimentos (11,5%) exerce a principal pressão positiva, influenciado sobretudo pelo acréscimo nos itens açúcar cristal e óleo de soja refinado. ?A indústria de alimentos é muito importante no Paraná, mas o crescimento da sua produção não conseguiu reverter a tendência de queda no índice geral?, apontou Isabella Nunes, do IBGE.
O acumulado do ano, em relação ao mesmo período de 2005, teve queda (-3,3%), com metade dos quatorze ramos investigados apresentando recuo. A principal contribuição negativa para a formação do índice geral veio de veículos automotores (-17,9%), com queda, principalmente, em bombas injetoras para veículos, e automóveis. Também vale citar as quedas registradas em madeira (-12,6%) e em máquinas e equipamentos (-7,8%), com destaque, respectivamente, para a menor produção de madeira compensada, e máquinas para trabalhar matéria-prima para fabricar pasta de celulose. Já o maior impacto positivo foi em alimentos (4,4%), pressionado pelo aumento na fabricação de açúcar cristal e óleo de soja refinado.
País
Em nível nacional, a produção industrial cresceu em nove dos 14 locais pesquisados pelo IBGE em julho, na comparação com a de junho, na série com ajuste sazonal.
O maior crescimento, em relação aos dados do mês anterior, ocorreu no Amazonas (3,3%), seguido do Ceará (2,2%) e Rio Grande do Sul (2,1%). Houve crescimento também no Pará (1,5%), Região Nordeste (1,9%), Minas Gerais (0,6%), São Paulo (1,5%), Rio de Janeiro (0,6%) e Goiás (0,1%).
Na outra ponta, a produção caiu em Pernambuco (-1%), Bahia (-1,6%), Espírito Santo (-1%), Santa Catarina (-0,7%), além do Paraná (-1,2%).
Na comparação com os números de julho de 2005, houve aumento na produção em 10 dos 14 locais pesquisados. Os principais destaques foram o Pará (22,8%), Espírito Santo (18,5%) e Ceará (13,1%). Por outro lado, os únicos locais que mostraram queda em julho foram: Rio Grande do Sul (2,5%), Bahia e Amazonas (ambos com recuo de 1,7%) e Paraná (1%).