A produção industrial do Paraná caiu 1% em julho na comparação com igual mês do ano passado, interrompendo o ciclo de elevação que durou 31 meses consecutivos. Entre os setores que contribuíram para o resultado, destaque para a indústria de alimentos, máquinas e equipamentos e de madeira. Apesar da retração verificada em julho, no acumulado do ano (janeiro a julho) o índice do Paraná continua positivo (6,6%), assim como no acumulado dos últimos 12 meses (10,3%). Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
?A queda foi muito pontual. A comparação é com o ano passado, que teve uma base muito maior?, apontou a coordenadora da pesquisa do IBGE, Isabella Nunes Pereira. ?Além disso, mesmo com o resultado de julho, ainda assim o Paraná se manteve acima da média nacional no acumulado do ano?, acrescentou, referindo-se ao crescimento de 6,6% na produção industrial do Estado, contra a média nacional de 4,3%.
Em julho, dez dos 14 setores pesquisados registraram queda na produção. A indústria de alimentos, com queda de 6,8%, foi a que mais contribuiu desfavoravelmente, devido sobretudo ao produto tortas, bagaços e outros resíduos da extração do óleo de soja. A indústria de máquinas e equipamentos também contribuiu, com queda de 14,2%, impulsionada pelos tratores agrícolas e máquinas para colheita. Outro setor também com queda é o de madeira (-16,2%), por conta, em grande parte, da diminuição na produção de madeira compensada e painéis de madeira.
Na outra ponta, o setor que se destacou com a maior contribuição positiva foi refino de petróleo e produção de álcool (34,2%), pressionado pelo óleo diesel e outros óleos combustíveis. O setor de edição e impressão aparece logo em seguida, com aumento de 28,5%, seguido pela indústria de celulose (8,6%).
Já no acumulado do ano (janeiro a julho), oito dos 14 setores registraram aumento na produção. Os destaques foram veículos automotores (28,6%) – puxados por automóveis e caminhões -, refino de petróleo e produção de álcool (26,4%) e edição e impressão (38,1%) – devido ao crescimento, respectivamente, de óleo diesel e gasolina automotiva e livros didáticos. A principal retração foi a de outros produtos químicos (-30,7%), com maior contribuição do item adubos e fertilizantes.
País
Em nível nacional, a produção industrial regional perdeu fôlego em julho e registrou crescimento em apenas sete das 14 áreas pesquisadas pelo IBGE. Em junho, nove das 14 áreas haviam apresentado crescimento. Segundo o IBGE, o menor número de dias úteis em julho e a base forte de comparação justificam a desaceleração da produção industrial.
Entre os locais pesquisados, o Amazonas ainda lidera o crescimento, com uma taxa de expansão de 11,7%, seguido por Bahia (8,3%), Goiás (6,7%), Minas Gerais (6,0%), região Nordeste (1,6%), Pernambuco (1,6%) e São Paulo (1,0%). As quedas mais expressivas foram verificadas em Santa Catarina (-7,5%) e no Rio Grande do Sul (-8,7%).
No acumulado do ano até julho, somente o Rio Grande do Sul apresenta resultado negativo, com uma queda na produção de 4%. O Amazonas apresenta a maior taxa de crescimento no período, com 19%. Segundo o IBGE, de forma geral, a indústria apresentou um nível de crescimento menor em julho do que o verificado no primeiro semestre.
Na comparação com junho, a produção industrial brasileira caiu 2,5%. Foi a primeira queda após quatro meses seguidos de expansão e também a maior retração desde janeiro de 2003. Em relação a julho do ano passado, houve alta de 0,5%, o pior desempenho nesta base de comparação desde setembro de 2003.
Segundo o IBGE, existem indícios de formação de estoques na indústria, mas ainda é cedo para definir se o resultado de julho mostra uma reversão de tendência ou se a queda foi motivada apenas por fatores pontuais.