Produção industrial do Estado registra queda

Depois de experimentar uma alta de 18,7% em março, em relação a fevereiro, a produção industrial paranaense perdeu fôlego em abril e fechou com queda de 14,7% na comparação com o mês anterior.

O índice é o menor entre os 14 estados e regiões pesquisados. Mesmo assim, na comparação com abril do ano passado, a produção cresceu 8,7%. O resultado foi o sétimo positivo seguido e contribuiu para o avanço de 11,7% observado nos primeiros quatro meses do ano.

Os dados fazem parte da última Pesquisa Industrial Mensal, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, o índice paranaense de abril, apesar de positivo, é menor que a média nacional, de 17,4%.

No acumulado do ano, a taxa também é inferior à do País, de 18%. Já os índices acumulados nos últimos 12 meses são próximos: no Brasil, a taxa é de 2,3%, e no Paraná, de 2%. O índice é o maior desde maio do ano passado (2,5%), e manteve uma ascensão que vem acontecendo desde novembro.

Na comparação com abril de 2009, nove das 14 atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram resultados positivos. O setor de veículos automotores foi o que mais contribuiu no índice geral, com um crescimento de 54,8%.

De acordo com o instituto, todos os produtos investigados no segmento tiveram maior produção que no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o setor também é o que mais cresceu.

No comparativo com os primeiros quatro meses de 2009, a taxa é de 64%. Os destaques, em ambos os índices, foram para os caminhões e automóveis. Outro setor que teve avanços significativos, em abril e no quadrimestre, foi o de máquinas e equipamentos, que cresceu 30,3% no mês e 40,9% no acumulado do ano, ambos em relação aos mesmos períodos do ano passado.

No entanto, os produtos mais fabricados foram diferentes: no mês, os destaques foram para a produção de refrigeradores e tratores agrícolas; no ano, para as máquinas para colheita e produção de celulose.

Evidência

O setor de celulose e papel, por sinal, teve o terceiro maior impacto no índice de abril, com um crescimento de 16,4% na produção, impulsionada pelos materiais para embalagens.

Em 2010, o segmento produziu 10,9% mais que no mesmo período do ano passado. Os artigos do mobiliário também tiveram aumento na produção em abril (42,87%), e ficaram em evidência entre os crescimentos no ano, com taxa de 54,8%, impulsionada principalmente pela fabricação de guarda-roupas de madeira.

Outro destaque ficou com a indústria madeireira, que vinha acumulando índices negativos -em 12 meses a queda ainda é forte, de 14,1%. O setor, porém, aumentou em 17,1% a produção, em abril, e já acumula um discreto índice positivo de 0,6% no ano.

Já os maiores impactos negativos de abril aconteceram nos setores de outros produtos químicos (-32%), que reduziu a fabricação de adubos e fertilizantes, e de edição e impressão (-21,4%), que teve queda na produção de livros, brochuras e impressos didáticos. O segmento também teve a principal contribuição negativa na taxa acumulada do ano, com queda de 17,9% na produção.