A produção industrial brasileira deve continuar apresentando desempenho “claudicante, com crescimento ainda mais fraco do que o observado na média do primeiro semestre deste ano (+0,1% ao mês, com ajuste sazonal)”. A avaliação consta de relatório enviado a clientes pela LCA Consultores.
Por enquanto, a consultoria projeta alta de 1,6% para a produção industrial este ano, com média marginal de avanço de 0,3% entre setembro e dezembro. “Mas é importante destacar que este número está sob viés de baixa, uma vez que significa aceleração em relação à média das últimas seis leituras (-0,1%)”, escreveram os economistas.
Como justificativa para o comportamento esperado para a indústria em 2011, a equipe econômica da consultoria destacou a preocupações dos empresários quanto ao futuro próximo, a novas contratações e ao excesso de estoques. Em setembro, o Índice de Expectativas (IE) do empresariado da Fundação Getúlio Vargas (FGV) recuou 2,6%, ficando em 99,2 pontos – “nível inferior à linha divisória entre otimismo e pessimismo. Foi a 1ª vez desde agosto de 2009 que este componente ficou abaixo da marca dos 100 pontos”, destacaram os economistas.
A LCA também constatou que o índice de difusão – proporção dos ramos de atividade que registraram expansão no mês, na série dessazonalizada – avançou entre julho (40,7%) e agosto (59,3%). “O resultado situa-se acima da média histórica de 54,6% (1991-2010). Esta alta da difusão indica que a desaceleração foi menos espraiada entre os diferentes setores industriais”, segundo o documento.
Hoje o IBGE divulgou que a produção industrial cedeu 0,2% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal. O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos em levantamento realizado pelo AE Projeções, que estimaram uma queda de 1,00% a uma expansão de 1,00%, com mediana negativa de 0,10%. Em relação a agosto de 2010, a produção industrial subiu 1,8%. Tanto na margem quanto na comparação anual, os números ficaram próximos ao previsto pela LCA (+1,8% no ano e queda de 0,5% no mês).