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Lyrian Saiki e agências

Resultado é reflexo do crescimento
de nove dos 14 ramos analisados.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem que houve expansão na produção industrial em todas as 14 regiões pesquisadas no mês de setembro. O destaque ficou com o Ceará, onde a produção industrial cresceu 21,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. O Paraná aparece logo em seguida, com o segundo maior crescimento: 19,2% – índice bem superior à média nacional, de 7,6%.

Na comparação com setembro do ano passado, a expansão de 19,2% na indústria paranaense foi reflexo do desempenho favorável de nove dos 14 ramos investigados. Este índice positivo foi influenciado, em grande parte, pelos aumentos observados em veículos automotores (67,7%) e em edição e impressão (78,0%).

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"A produção de veículos automotores é um dos setores de maior dinamismo da estrutura industrial paranaense", observou a economista Denise Cordovil, da Produção Industrial Regional do IBGE. "É um setor que também ajudou a impulsionar o crescimento da indústria de um trimestre para outro", completou. No segundo trimestre, o setor havia crescido 45,9%, enquanto no terceiro, 68,6%. Já o segmento de edição e impressão foi influenciado sobretudo por encomendas por parte do governo de livros e impressões didáticas.

Houve também contribuições positivas, embora em menor escala, dos segmentos de máquinas e equipamentos (24,5%) e refino de petróleo e produção de álcool (15,6%). Na outra ponta, apresentaram queda a indústria de produtos de metal (-5,1%), máquinas elétricas (-4,8%), outros produtos químicos (-1,2%), mobiliário (-0,6%) e celulose (-0,1%).

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No trimestre

Nas comparações trimestrais, observou-se no Paraná importante ganho de dinamismo na passagem do segundo trimestre (3,4%) para o terceiro (13,1%). Para este movimento contribuíram seis dos 14 ramos analisados, com destaque para refino de petróleo e produção de álcool, que passou de -44,6% no período abril-junho para -3,4% em julho-setembro, edição e impressão (de -14,9% para 48,6%) e veículos automotores (de 45,9% para 68,6%). A média nacional também apresentou desempenho positivo, mas bem inferior: passou de 9,9% no segundo trimestre para 10,5% no terceiro.

No ano, a produção acumulada cresceu 9,2% com desempenho favorável da maior parte das atividades industriais investigadas – dez dos 14 setores. O principal destaque continuou sendo de veículos automotores (45,9%). Vale citar também as contribuições positivas de máquinas e equipamentos (24,9%), edição e impressão (26,5%), madeira (23,0%) e alimentos (5,9%). Nos últimos doze meses, o crescimento é de 8,4%.

Nível nacional

De maneira geral, o IBGE divulgou na semana passada que o nível de atividade da indústria brasileira ficou estável em setembro na comparação com agosto. A estabilidade interrompeu uma trajetória de seis meses de crescimento. Em relação a setembro de 2003, a expansão chegou a 7,6%. Já no acumulado do ano, o crescimento foi de 9%.

Entre as categorias, o único destaque positivo foi o dos bens de consumo não-duráveis (1,5%).

Segundo o IBGE, a estabilidade não representa uma reversão de tendência e sim uma ?acomodação no ritmo industrial?. De acordo com o instituto, os resultados das vendas industriais e do comércio varejista também contribuíram para a perda de fôlego da indústria em setembro.

Além disso, a melhora na base de comparação também influenciou o resultado. No ano passado, a indústria e a economia brasileira em geral tiveram um desempenho muito fraco no primeiro semestre e deram sinais de recuperação na segunda metade do ano.

Apesar da piora das expectativas de empresários com o aumento dos juros de 0,75 ponto percentual desde setembro, o IBGE avalia que a elevação da Selic ainda não afetou os resultados da indústria. De acordo com o instituto, a análise do comportamento da indústria tem uma defasagem em relação aos movimentos de ajuste nos juros.