A produção industrial brasileira registrou alta de 1,6% em junho, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se do quarto mês seguido de crescimento. Na comparação com junho de 2004, o saldo continua positivo, com alta de 6,3%. No acumulado deste ano, a expansão é de 5%.
A receita de expansão da indústria neste ano tem sido baseada em bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos) e nas exportações. Nos últimos meses, informa o IBGE – identificou-se também uma recuperação da indústria extrativa e a manutenção do crédito aliado à queda da inflação como fatores benéficos.
?Principalmente nos últimos dois meses, o grande destaque é a área de bens de consumo duráveis, que significa a produção de eletrodomésticos, automóveis e celulares, que avançou muito fortemente. É uma área que se beneficia tanto do desempenho exportador quanto do aumento da oferta de crédito pessoal que tem estimulado o consumo doméstico?, afirmou o chefe da Coordenação da Indústria, Silvio Sales.
A análise por trimestre mostra que em termos percentuais a indústria saiu da estagnação verificada no início do ano com um crescimento de 2,1% em relação aos três primeiros meses deste ano. O percentual é igual ao do terceiro trimestre do ano passado.
Apesar do desempenho positivo, pesquisas de sentimento do empresariado apontam que há indícios de acúmulo de estoque e receio de queda na demanda no próximo trimestre.
Setores
Em junho, a maior taxa de crescimento ficou com bens de consumo duráveis, como veículos e eletrodomésticos, de 8,1%. Também tiveram expansão os bens de capital (máquinas e equipamentos), de 4,2%, e os bens intermediários (insumos), de 0,9%. Já os bens semiduráveis e não-duráveis (roupas e alimentos) registraram uma taxa de 0,7%.
Entre as atividades industriais, houve expansão em 18 dos 23 setores pesquisados e que tem a série ajustada sazonalmente. Os destaques foram veículos automotores (8%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (7,1%). As pressões negativas vieram de refino de petróleo e produção de álcool (-2,7%) e de outros produtos químicos (-2%).
CNI
Pesquisa divulgada anteontem pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostrou que as vendas reais da indústria brasileira acumularam crescimento de 4,5% no primeiro semestre. Em junho, a expansão foi de 1,53% em relação a maio.