A produção da indústria brasileira cresceu em janeiro 0,8% em relação a dezembro do ano passado, mas, conforme divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado não altera o patamar de produção do final do ano passado. Em relação a janeiro de 2003 a alta foi de 1,7%, o quinto crescimento consecutivo. Na avaliação do coordenador de indústria do instituto, Sílvio Salles, a indústria brasileira apresenta uma situação de estabilidade.
“No primeiro semestre do ano passado, o setor registrou uma redução contínua da produção. Entre julho e setembro houve uma forte recuperação, mas a partir de outubro a indústria perdeu fôlego, ficando estável em janeiro”, explicou.
De acordo com o IBGE, o crescimento de dezembro para janeiro ocorreu de forma generalizada. Dos 20 ramos pesquisados, 17 se expandiram. O melhor desempenho foi de mecânica, que voltou a crescer 4,5% depois de uma queda de 3,9% em dezembro. Quando se observa as categorias de uso, os bens de capital, que são as máquinas e equipamentos, cresceram 4,5%; enquanto os bens duráveis, como os automóveis e eletrodomésticos, tiveram alta de 3% estimulados pela melhoria das condições de crédito. Já os bens de consumo semi e não duráveis, como alimentos, vestuário e calçados, que passaram todo o ano de 2003 com taxas negativas por conta do desemprego e da queda da renda do trabalhador, registraram alta de 2,2%.
Sílvio Salles salienta que este resultado não significa uma recuperação, pois as condições de renda e emprego ainda são desfavoráveis no País. “Acho que é prematuro dizer que houve uma interrupção na trajetória de queda dessa área, porque ela depende muito do comportamento da massa salarial e os indicadores de mercado de trabalho ainda não mostram evidências mais claras de uma reação”.
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