Produção industrial caiu 1,7% em junho

Foto: Arquivo/O Estado

Setor mostra desaceleração em todos os níveis pesquisados.

A produção industrial caiu 1,7% em junho ante maio, segundo o IBGE. O resultado ficou abaixo do piso das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que variavam de -1,2% a +0,2%. Na comparação com junho de 2005, a produção registrou queda de 0,6%.

O setor acumula crescimento de 2,6% no primeiro semestre e de 2% em 12 meses. No segundo trimestre, a produção industrial cresceu 0,8% ante igual trimestre de 2005 e 0,5% em comparação com o primeiro trimestre deste ano. Segundo os técnicos do IBGE, os números de junho mostraram desaceleração no ritmo da produção industrial comprovada pela queda de 0,1% no índice de média móvel trimestral. O IBGE não fez revisão para os dados anteriores.

Agroindústria

A produção da agroindústria, por sua vez, cresceu 1,1% no primeiro semestre deste ano ante igual período do ano passado, segundo o IBGE. O resultado é inferior à média da indústria nacional (2,6%) no mesmo período.

O desempenho dos setores associados à agricultura (2%), de maior peso na agroindústria, compensou a retração dos segmentos vinculados à pecuária (-0,5%). O grupo de inseticidas, herbicidas e outros defensivos agropecuários recuou 1,2% no semestre, por causa da sua menor utilização na lavoura de soja, cultura responsável por quase a metade do uso de defensivos no País.

Segundo o IBGE, ?o desempenho da agroindústria no primeiro semestre de 2006 foi negativamente influenciado pelos seguintes fatores: queda do preço internacional da soja, valorização cambial, aumento dos custos de produção e problemas sanitários na pecuária, os quais resultaram na queda da renda agrícola e endividamento dos produtores?.

Bens de capital

A produção de bens de capital registrou queda de 1% em junho ante maio e recuo de 2% ante junho do ano passado, segundo o IBGE. Além de bens de capital, todas as categorias de uso pesquisadas registraram queda em junho ante maio: bens intermediários (-1,9%), bens de consumo duráveis (-1 1%) e bens de consumo não duráveis (-1%).

Na comparação com junho de 2005, houve queda, além de bens de capital, em bens intermediários (-0,5%) e bens de consumo duráveis (-4,3%). Os bens de consumo não duráveis aumentaram a produção em 1,6% nessa base de comparação. Não houve revisão de dados anteriores da indústria geral divulgados pelo IBGE.

Demanda externa recupera as vendas do Paraná

As vendas industriais registraram alta de 3,69% no Paraná no primeiro semestre de 2006 comparado ao mesmo período do ano passado. O aumento foi motivado pelo aquecimento da demanda internacional de algumas commodities como açúcar, álcool, suco de laranja e café.

O valor unitário médio do açúcar exportado subiu 27% de abril de 2005 a março de 2006. No mesmo período, o valor do álcool aumentou 78%. O café teve seu valor unitário de exportação majorado em 18% de maio de 2005 a abril de 2006 e no mesmo período a valorização do suco de laranja chegou a 108%. Os dados são do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

De acordo com a análise dos economistas da Fiep, o aumento nas vendas ficou limitado a estes setores, que estão diretamente vinculados ao mercado internacional, e não reflete a situação geral da indústria paranaense. O gênero Material de Transportes, que inclui automóveis, autopeças e componentes, e que ocupa o segundo maior peso relativo das vendas industriais do Paraná, teve queda de 9,36% no primeiro semestre deste ano comparado com igual período do ano passado. O gênero Mecânica, que inclui máquinas agrícolas, caiu 1,51% principalmente devido à crise da agricultura.

Dos 18 gêneros pesquisados, apenas cinco registraram aumento nas vendas e os demais tiveram resultado negativo. Os gêneros com maiores quedas foram Matérias Plásticas (-47,36%), Vestuário, Calçados e Artefatos de Tecido (-41,45%), Material Elétrico e de Comunicações (-31,24%), Madeira (-21,21%), Minerais não Metálicos (-102,6%) e Material de Transporte (-9,36%).

O nível de emprego total na indústria caiu 4,87% no primeiro semestre de 2006 comparado com igual período de 2005 e o nível de emprego diretamente ligado à produção recuou 5,45% no período.

Especificamente no mês de junho, as vendas industriais do Paraná cresceram 12,37% comparado com o mês anterior. O aumento reflete um comportamento tradicional da indústria neste período do ano, quando o setor começa a se recuperar e tem uma demanda aquecida em função das maiores encomendas para o final do ano. Em junho de 2005, por exemplo, as vendas industriais registraram alta de 7,53% e em 2004, no mesmo mês, a alta chegou a 29,22%. Segundo o Departamento Econômico da Fiep, tradicionalmente o período de maio a outubro apresenta alta nas vendas industriais.

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