A produção industrial do Paraná caiu 11,6% em setembro, na comparação com igual mês do ano passado. Foi a segunda maior queda entre as 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atrás apenas do Ceará, com queda de 12,4%. Com os dados de setembro, a produção industrial do Paraná acumula no ano crescimento de 2,8% e, nos 12 meses, de 5,1%. Já no terceiro trimestre (julho a setembro), houve recuo de 5,8%.
Na comparação com setembro do ano passado, a queda de 11,6% refletiu a performance negativa de 10 das 14 atividades pesquisadas. Entre essas, destaque para edição e impressão, com queda de 41,1%. Outros impactos negativos também foram relevantes para a formação do índice global, entre eles a produção de alimentos (-12,0%), máquinas e equipamentos (-25,2%), refino de petróleo e produção de álcool (-13,7%) e madeira (-20,5%). Entre os setores que assinalaram resultados positivos, sobressaíram veículos automotores (9,8%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (45,6%).
No trimestre de julho-setembro, o recuo de 5,8% alterou a trajetória ascendente que era observada desde o terceiro trimestre de 2002. Na desaceleração observada na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2005, as principais contribuições vieram de refino de petróleo e produção de álcool (de 82,3% para 4,2%), de veículos automotores (de 34,6% para 3,8%) e de edição e impressão (de 38,5% para -15,6%).
No indicador acumulado no ano, a metade (sete) dos ramos pesquisados expandiram a produção. Veículos automotores, com aumento de 22,9%, exerceu o maior impacto positivo. Outra contribuição positiva importante no resultado global veio de refino de petróleo e produção de álcool (16,4%). Entre os que assinalaram taxas negativas, as maiores pressões vieram de outros produtos químicos (-23,1%), alimentos (-4,2%) e madeira (-10,4%).
Produção brasileira
A produção industrial brasileira registrou queda em oito dos 14 locais pesquisados em setembro, segundo dados divulgados do IBGE. Além do Paraná, outros estados que registraram queda na produção foram Ceará (-12,4%), Santa Catarina (-10,2%), Pernambuco (-1,8%), Rio Grande do Sul (-2,8%), região Nordeste (-3,2%), Goiás (-6,8%) e São Paulo (-1,1%).
A média nacional de expansão da indústria na comparação com setembro do ano passado foi de 0,2%, o menor resultado desde setembro de 2003. Alguns estados registraram crescimento acima da média, mas de forma geral com fôlego menor do que nos meses anteriores, como Minas Gerais (4,8%), Pará (4,7%), Rio de Janeiro (4,4%), Amazonas (2,6%), Bahia (2,4%) e Espírito Santo (2,3%).
Os resultados da indústria confirmam um quadro de desaceleração da produção. A indústria nacional teve queda de 2% na comparação com agosto.
Fatores macroeconômicos e políticos contribuíram para minar a confiança do empresariado. No terceiro trimestre, o setor industrial foi afetado pelo patamar ainda elevado das taxas de juros (a Selic chegou a 19,75% ao ano), pela taxa de câmbio considerada desfavorável aos exportadores e pelo maior endividamento do consumidor.
Segundo o IBGE, há uma menor expansão do crédito, o que tende a deixar o consumidor mais cauteloso quanto à possibilidade de adquirir bens a prazo. Dessa forma, o instituto avalia que existem sinais de um maior ajuste de estoques, auxiliado também pela maior concorrência de produtos eletrônicos importados em razão do dólar baixo.