Mercado

Produção encolhe, mas venda de químicos sobe em janeiro

As vendas domésticas de produtos químicos cresceram 3,96% em janeiro, na comparação com igual período do ano passado, segundo dados preliminares divulgados nesta quarta-feira pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O aumento dos negócios foi alcançado apesar da queda de 2,03% na produção em igual base comparativa.

A discrepância entre os números, segundo a Abiquim, deixa dúvidas sobre o processo de recuperação da atividade econômica do setor. A taxa de utilização da capacidade instalada da indústria química brasileira encerrou janeiro em 82%, três pontos porcentuais abaixo de janeiro do ano passado. Na comparação com dezembro de 2012, a taxa ficou estável.

Outro destaque do Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) mensal da Abiquim foi a disparada de 20,19% no preço médio dos produtos químicos vendidos em janeiro, na comparação com o mesmo intervalo de 2012. Na comparação com dezembro, houve uma alta de 0,29%.

No mesmo documento, a entidade divulgou os resultados consolidados do setor em 2012. A produção cresceu 2,89% em relação ao ano anterior. As vendas internas cresceram 7,01% e o preço médio teve alta de 10,63%. A taxa de utilização cresceu um ponto porcentual, de 80% em 2011 para 81% em 2012.

O volume produzido na comparação de 2012 com o ano anterior encontra-se praticamente estagnado há seis anos. “A elevada ociosidade no setor evidencia a falta de competitividade da indústria local no atendimento da demanda e pode significar, no médio e no longo prazo, desestímulo a novos investimentos”, destacou a Abiquim. Nesse mesmo intervalo analisado, a demanda interna cresceu 7,1%, sendo atendida principalmente por produtos importados.

A Abiquim prevê que o desempenho da indústria química brasileira mantenha a elasticidade histórica de crescimento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, entre 1,25 a 1,5 vezes. “Porém isto pode significar aumento no déficit comercial, caso os problemas relacionados à falta de competitividade não sejam resolvidos”, alerta a entidade, fazendo um comparativo entre a expectativa de aumento da demanda e um possível incremento das importações.

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