Foto: Chuniti Kawamura/O Estado |
As cidades estão ficando cada vez com mais carros nas ruas. |
A indústria automotiva bateu recorde histórico de produção e exportação no acumulado do ano até maio, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O mês passado foi também o melhor maio da história em termos de veículos produzidos e vendas externas. Além disso, foi o segundo melhor maio da história em vendas internas, atrás apenas de maio de 1997.
O número de veículos produzidos no acumulado do ano atingiu 1,08 milhão, e foi 6,1% superior ao recorde anterior de janeiro a maio de 2005. As exportações somaram US$ 4,63 bilhões, e superaram em 8,6% o resultado do mesmo período do ano. Já as vendas internas somaram 651 mil unidades, com alta de 9,4% na mesma base de comparação.
O presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, afirmou que maio foi um mês forte, inclusive pelo número de dias úteis, num total de 22, em relação a 18 dias úteis de abril. De acordo com ele, a tendência de queda nos juros e o crescimento econômico são fatores que impulsionam as vendas domésticas. Em maio, o numero de veículos licenciados somou 164 mil unidades, e foi 25% maior do que em abril, e 14,8% superior a maio de 2005. Porém ficou abaixo dos 175 mil vendidos em maio de 1997.
De acordo com Golfarb, a Anfavea mantém as projeções para a indústria este ano, feitas no fim de 2005, conforme segue: aumento de 7,1% no número de licenciamentos (vendas internas), sobre 2005; expansão de 2,7% nas exportações em valores, em relação ao ano passado; e alta de 4,5% na produção, na mesma base de comparação.
Câmbio
A estratégia das montadoras, de elevar os preços dos veículos vendidos e incrementar o mix de produtos, está fazendo com que as exportações em valores do setor continuem em alta, apesar do câmbio desfavorável. Em número de unidades embarcadas, porém, já há sinais de retração. As exportações de janeiro a maio somaram US$ 4,63 bilhões e foram 8,6% maiores do que o recorde anterior. Mas em unidades embarcadas de veículos montados e CKD (parcialmente desmontados), a indústria enviou ao exterior 351 mil veículos no período, resultado 0,2% acima do verificado no mesmo período em 2005.
?As empresas estão reajustando os preços por causa do impacto do câmbio e as receitas estão subindo, mas os volumes embarcados já mostram uma tendência de queda?, disse Golfarb. Segundo ele, o mix de veículos e de peças para exportação está se modificando, em relação ao ano anterior. Por exemplo, o número de caminhões exportados cresce em maior velocidade que o de veículos leves e impulsiona as receitas de exportação.
Para Golfarb, essa desaceleração gradual no ritmo de crescimento das vendas externas já era esperada. Ele afirmou que a Anfavea é a favor da modernização da legislação cambial e também pediu ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) uma linha de crédito especial para embarques ao exterior, mas o setor ainda não obteve uma resposta.
De acordo com ele, a indústria entende que o câmbio não vai mais ser um diferencial no comércio exterior. Recentemente, empresas, como a Volkswagen e a General Motors culparam o câmbio pela necessidade de se fazer cortes de empregos. Sem citar nomes, Golfarb disse que algumas exportadoras tradicionais já puseram o pé no freio, mas outras companhias foram ?pegas pela questão da valorização do real? num momento de crescimento dos embarques externos. Por isso, não está ocorrendo uma queda repentina nos resultados gerais de exportação do setor.
Máquinas
As vendas de máquinas agrícolas no atacado no mercado interno atingiram, em maio, 2,24 mil unidades, com alta de 8,9%, em relação a abril. Na comparação com maio do ano passado, os negócios cresceram 12,3%. No acumulado do ano, foram comercializadas 10,11 mil máquinas, com um ligeiro aumento de 0 1%, na comparação com o mesmo período em 2005.
A produção de máquinas agrícolas em maio foi de 4,45 mil unidades e cresceu 13,4%, em relação a abril. Na comparação com maio do ano passado, o número de máquinas fabricadas caiu 10,8%. No acumulado do ano, foram produzidas 19,65 mil unidades, um recuo de 17,2% sobre o mesmo período de 2005.
Anfavea quer acordo com a Argentina
São Paulo (AE) – O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, afirmou ontem que o setor automotivo não pretende adiar novamente o acordo definitivo com a Argentina. Conforme previsto pelas regras do Mercosul, o livre comércio para a indústria automotiva entre Brasil e Argentina deveria ter começado a vigorar em 1.º de janeiro, mas os argentinos não quiseram. Foi criado, então, um acordo provisório, prorrogado duas vezes. O prazo para o acerto definitivo é dia 30 deste mês.
?O contexto econômico da Argentina mudou, o câmbio está mais favorável para eles, e houve um aumento no número de investimentos da indústria automotiva na Argentina este ano?, disse Golfarb. ?Estamos analisando este novo cenário; mas já prorrogamos o acordo provisório duas vezes, e nossa intenção é partir para um acerto definitivo agora.?