Produção de veículos cresceu 37% no Paraná

As montadoras instaladas no Paraná produziram de janeiro a agosto deste ano 153.381 veículos, o que representa aumento de 37,06% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram produzidas 111.909 unidades. Segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), o ano deve ser encerrado com aumento de 40% a 50% na produção paranaense em relação a 2003. No ano passado, em comparação com o ano anterior, o incremento havia sido de apenas 2,93%. Os dados foram divulgados ontem pelo Dieese-PR e Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.

No ano, o segmento automóveis de passeio e uso misto apresentou um dos melhores desempenhos (aumento de 49,24%), puxado especialmente pela Volkswagen, cuja produção cresceu 95,17%. O carro-chefe é o Fox, que apresentou crescimento de 80% no período. Outro segmento com destaque foi de comerciais pesados (caminhões e ônibus), com aumento de 53,63% na produção. Já os comerciais leves (camionetas de carga) apresentaram redução de 27,18%, enquanto a produção de máquinas agrícolas automotrizes (tratores e colheitadeiras) se manteve praticamente estável (aumento de 0,98%).

Para o supervisor técnico do Dieese-PR, Cid Cordeiro, apesar do bom desempenho nas exportações – que cresceu 31,21% nos oito primeiros meses – , foi o mercado interno que mais contribuiu para o bom desempenho das montadoras. “O ambiente econômico está mais otimista, a renda está se recuperando, as taxas de juros estão menores, a inflação mais baixa. Todos esses fatores facilitaram a expansão do crédito”, aponta Cordeiro.

O desempenho das montadoras paranaenses está acima da média nacional. Enquanto no Paraná houve crescimento na produção de 37,06% nos oito primeiros meses do ano, no País o aumento foi de 21,08%. A participação do Estado na produção nacional foi de 10,46%. “Devemos chegar ao final do ano com a produção 40% a 50% maior no Paraná, principalmente pela produção do Fox”, prevê Cordeiro. No ano passado, a produção estadual foi de 170 mil veículos – contra 166 mil unidades em 2002.

Nível de emprego

O aumento da produção automotiva já está refletindo em novas contratações. Até agosto, as montadoras instaladas no Paraná contavam com 8.939 funcionários. “É o maior nível de emprego das montadoras, desde que elas vieram para cá”, destaca Cid Cordeiro. Entre as quatro montadoras, a Volkswagen/Audi é que conta com maior quadro de funcionários – 3.437 até agosto -, seguida pela Renault (2.381), Volvo (1.636) e Case New Holland (1.410). Além disso, a Volks/Audi está contratando outras 600 pessoas, que deverão trabalhar na produção do mais novo lançamento da montadora: o Cross Fox – utilitário off-road que começa a ser produzido em série a partir do ano que vem, para concorrer com o Ford EcoSport.

De acordo com o diretor do sindicato, Jamil D?Avila, os funcionários da Volks estão em férias coletivas desde o último dia 11 até a próxima sexta-feira. O motivo foi a necessidade da mudança da linha de produção para o mais novo modelo.

Salários

Acompanhando o nível de emprego, os salários também aumentaram este ano, com a reposição da inflação (6,64% pelo INPC), mais aumento real de 4%. Com isso, o salário médio dos funcionários das quatro montadoras passou de R$ 1.673,84 para R$ 1.856,29, o que representa a injeção de R$ 16,8 milhões na economia pelos próximos 12 meses.

Fox é o sétimo mais vendido do País

A Volkswagen do Brasil atingiu a marca de 70 mil unidades produzidas do carro compacto Fox, lançado há exatamente um ano. Segundo a Fenabrave (federação das concessionárias), o Fox foi, de janeiro a setembro, o sétimo carro mais vendido do País, com 34.629 unidades licenciadas e 3,8% do mercado.

As exportações do Fox começaram em dezembro de 2003 e o modelo já é vendido atualmente em 20 países da América Latina e Caribe. A unidade da Volkswagen no Paraná produz cerca de 600 Fox, 150 Golf e 20 Audi por dia. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, a planta deve fechar o ano com produção de 150 mil unidades – incremento de quase 80% em relação a 2003.

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