Os fabricantes de pneus para automóveis conseguiram ampliar a produção até setembro deste ano em apenas 1,2%, segundo estatísticas da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), enquanto a indústria automobilística bate recordes sucessivos de produção e vendas. As montadoras de veículos devem encerrar este ano com crescimento de 10% a 12% nos volumes de automóveis na comparação com 2006.
O descompasso entre o ritmo de produção dos automóveis e dos pneus, item essencial dos veículos, é atribuído pelo presidente da Anip, Eugenio Deliberato, às importações de pneus fabricados na China e de produtos usados que entram no País por meio de liminares obtidas na Justiça. Os pneus usados importados são remoldados aqui, ganhando aspecto de produto novo. ?O mercado brasileiro está sendo agredido pelos pneus usados e pelos chineses?, resume Deliberato.
Para o presidente da Anip, há concorrência desleal. Nas suas contas, os pneus asiáticos têm custo de produção entre 30% e 40% menor em relação ao produto fabricado no Brasil, mesmo considerando a alíquota do Imposto de Importação de 15% incidente sobre o pneu. No caso dos pneus remoldados, esse diferencial de preço pode chegar a 30%, calcula.