A produção de petróleo dos EUA deverá ultrapassar este ano a da Arábia Saudita e se equiparar à da Rússia, atualmente os dois maiores produtores mundiais da commodity, segundo relatório publicado hoje pela Agência Internacional de Energia (AIE).

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Impulsionada pela forte retomada da indústria de óleo de xisto, a produção de petróleo dos EUA provavelmente ultrapassará a marca de 10 milhões de barris por dia (bpd), afirmou a AIE em documento mensal sobre o mercado da commodity.

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A AIE elevou sua previsão para a produção dos EUA este ano em 260 mil bpd, ao recorde de 10,4 milhões de bpd, graças ao recente rali nos preços do petróleo.

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“O cenário foi dado para uma forte expansão no ano passado, quando a oferta fora da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), liderada pelos EUA…elevou a produção mundial”, compensado parte de cortes implementados pela Opep e outros produtores, afirmou a agência.

A Opep e outros dez produtores que não pertencem ao cartel, incluindo a Rússia – que produziu cerca de 10,9 milhões de barris por dia em 2017 – concordaram no ano passado em estender um pacto que reduz sua produção combinada em quase 2% até o fim de 2018. O acordo foi inicialmente assinado no fim de 2016, como parte de uma estratégia para conter o excesso de oferta global de petróleo que vinha pesando nos preços da commodity havia mais de três anos.

De acordo com a AIE, os 14 integrantes da Opep cumpriram 95% do acordo de cortes na produção ao longo do ano passado, com a produção caindo a 39,2 milhões de bpd, do ápice de 39,6 milhões de bpd.

Mas a produção nos EUA anulou cerca de 60% desses cortes, disse a agência. Com avanço de 600 mil barris bpd no ano passado, a indústria americana de óleo de xisto “superou todas as expectativas”, ao se beneficiar do avanço nos preços do petróleo e de cortes de custos.

O preço do petróleo tipo Brent acumula valorização em torno de 50% desde as mínimas atingidas em junho do ano passado, superando este mês a barreira de US$ 70 por barril pela primeira vez em mais de três anos. As cotações foram impulsionadas pelo acordo da Opep e parceiros, por riscos geopolíticos à oferta, pela forte queda na produção da Venezuela e por fechamentos temporários de oleodutos.

No relatório, a AIE também apontou que os estoques comerciais de petróleo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) recuaram pelo quarto mês consecutivo em novembro, em 17,9 milhões de barris, para um nível de 90 milhões de barris acima da meta da Opep de atingir a média dos últimos cinco anos.

A AIE manteve inalterada sua previsão de avanço na demanda global por petróleo em 2018, em 1,3 milhão de bpd, ante 1,6 milhão de bpd no ano passado. Fonte: Dow Jones Newswires.