A produção de embalagens da indústria brasileira cresceu 1,41% em 2013, na comparação com o ano anterior, de acordo com pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) encomendada pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre). O montante reverte a queda de 1,56% apurada em 2012, mas reforça a tendência de fraco crescimento registrada pelo setor nos últimos anos. Entre 2009 e 2013, a expansão média da indústria de embalagens ficou em 1,53%.

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Para 2014, o coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros, previu nesta quarta-feira, 26, alta de 1,5%, em linha com o resultado médio dos últimos anos. “O setor continua crescendo, mas em um ritmo menos acelerado do que nos últimos anos. A indústria de embalagem funciona como um termômetro da economia e devemos ficar atentos aos sinais que ela apresenta”, destacou em nota o presidente da Abre, Maurício Groke.

O levantamento da FGV/Abre mostra que o crescimento da produção em 2013 foi pautado principalmente pela alta de 2,66% apurada no acumulado dos primeiros seis meses. No segundo semestre do ano passado, o indicador cresceu apenas 0,24%, pressionado negativamente por uma retração de 0,8% no quarto trimestre.

Quando considerada a produção por segmento, nova discrepância. As indústrias de vidro e de embalagens metálicas cresceram 9,31% e 7,57%, respectivamente, na comparação com 2012. Os dois principais segmentos da indústria de embalagens, papel, papelão e cartão, e plástico, por outro lado, fecharam 2013 em queda. A produção do primeiro grupo caiu 1,03% em relação ao ano anterior. Já a indústria amargou queda de 2,03%. A indústria de madeira, a menos expressiva, teve retração de 17,06% em relação a 2012.

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O levantamento divulgado hoje revela que a receita líquida de vendas do setor totalizou R$ 51,764 bilhões em 2013, uma expansão de 10,7% em relação ao ano anterior. A taxa de utilização fechou 2013 em 86,6%, abaixo da marca de 87,5% apurada no ano anterior.

A exportação brasileira da indústria de embalagens alcançou US$ 492,8 milhões em 2013, montante 1,1% inferior ao registrado no ano anterior. As importações, por outro lado, cresceram 7,05% e totalizaram US$ 913,6 milhões, elevando assim o déficit comercial do setor para mais de US$ 400 milhões.

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Perspectivas

Levantamento feito pela FGV em janeiro com mais de 100 empresários do setor plástico aponta que os fabricantes de embalagens estão menos otimistas em relação à demanda neste início de ano. Como consequência, eles acreditam que os estoques estejam em níveis elevados para atender a demanda projetada no curtíssimo prazo.

Diante de um cenário menos otimista, os executivos do setor não demonstram intenção de aumentar a compra de insumos. Já em relação ao número de empregos, por outro lado, a sinalização é de retração nas vagas oferecidas.

Mas, quando considerado um ambiente mais adiante, os executivos demonstram mais otimismo. Na análise de perspectiva de negócios dentro dos próximos seis meses, o levantamento da FGV aponta uma perspectiva positiva, com uma visão mais animadora do que a detectada no final de 2013.

Importante destacar que o ano de 2014, principalmente o segundo e o terceiro trimestres, será marcado por dois eventos importantes para o consumo de embalagens: Copa do Mundo e eleições. É justamente nesse período, segundo a FGV, que a produção do setor deve se acelerar, após um primeiro trimestre mais fraco.

As projeções do coordenador da FGV sugerem que o indicador de produção de embalagens cresça 2,1% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período de 2013, após uma expansão de apenas 0,9% nos três primeiros meses do ano. No terceiro trimestre, a produção deve crescer 1,2%, sendo seguida por uma alta de 1,8% no quarto trimestre.