O mundo terá de dobrar sua produção de alimentos em 40 anos para acabar com a fome, disse hoje o diretor-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), Jacques Diouf. Segundo ele, a crise econômica global já compromete as políticas de segurança alimentar. “A atual situação econômica não torna nosso objetivo mais fácil”, afirmou hoje durante a abertura de uma conferência internacional sobre o tema, em Madri.
O representante da FAO disse que a crise de crédito, combinada com a queda dos preços agrícolas, pode provocar a redução dos investimentos no setor e ameaçar a meta da FAO de reduzir pela metade o número de pessoas famintas até 2015. Ele disse ainda que a crise dos alimentos empurrou mais 40 milhões de pessoas para a fome no ano passado, o que elevou o total de pessoas subnutridas no mundo para 973 milhões.
“Nós enfrentamos agora o desafio de não apenas garantir alimentos para as 973 milhões de pessoas que atualmente passam fome, mas também assegurar que haja alimentos para as 9 bilhões de pessoas em 2050”, afirmou Diouf.
Em depoimento gravado em vídeo, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, disse que o país está “comprometido” em trabalhar com outras nações a fim de reduzir pela metade o número de pessoas vivendo na miséria e na fome nos próximos anos. “Governos e nações tendem a ficar mais instáveis quando suas populações estão famintas”, disse.
“Nós estamos comprometidos em construir uma nova parceria entre Estados doadores, nações em desenvolvimento, agências das Nações Unidas, organizações não-governamentais, setor privado e outros a fim de coordenarmos melhor as políticas para alcançar as Metas de Desenvolvimento do Milênio”, concluiu Clinton.