Os veículos automotores, especialmente automóveis e caminhões, puxaram a produção industrial do Paraná no mês de abril, que fechou com crescimento de 5,1% na comparação com abril do ano passado. Só a atividade de veículos automotores cresceu 54,5%, por conta especialmente das vendas ao mercado externo. No País, o crescimento desse setor foi de 14,8%. Apesar do crescimento global de 5,1%, o desempenho da indústria paranaense ficou abaixo do nacional, que registrou elevação de 6,3%. Os dados fazem parte da pesquisa Produção Industrial divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em abril, 11 das 14 atividades industriais pesquisadas no Paraná apresentaram crescimento na produção. Além de veículos automotores, tiveram bom desempenho o setor de celulose e papel (6,9%) – por conta do aumento na produção de papel kraft para embalagem – e minerais não-metálicos (9,6%), puxado pelo cimento. Por outro lado, dois setores pressionaram negativamente a indústria: alimentos (-8,8%) – retração na produção de alimentos à base de milho e tortas, bagaços e outros resíduos da extração de soja – e outros produtos químicos (-37%), por conta de adubos e fertilizantes.
De acordo com o economista Fernando Abritta, da coordenação da Produção Industrial do IBGE, o desempenho da indústria do Paraná abaixo do crescimento nacional, em abril, se deve ao peso diferenciado de cada setor. No Paraná, as atividades que mais pesam, lembrou Abritta, são da indústria de alimentos (peso de 24% no índice total), refino de petróleo e produção de álcool (13%), veículos (9,6%) e máquinas e equipamentos (8%). ?Praticamente um quarto da indústria do Paraná é representada pelo setor de alimentos. Uma redução nesse ramo tem peso forte em todo o índice?, explicou. Outro setor que pesa no índice e que variou pouco foi o de máquinas e equipamentos (crescimento de 0,5%) . ?A produção de máquinas para colheita e tratores agrícolas, que entram neste ramo, apresentou redução.?
No ano (janeiro a abril), a produção industrial do Paraná cresceu 5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Oito ramos registraram aumento na produção e seis recuaram. Dentre os que cresceram, destaque para veículos automotores (41,2%) e edição e impressão (32,2%). Já os impactos negativos mais significativos foram observados em outros produtos químicos (-28,1%); alimentos (-3,2%) e refino de petróleo e produção de álcool (-5,8%).
No País
Em nível nacional, a produção industrial cresceu 6,3% em abril em comparação com igual mês de 2004. Doze das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE apresentaram elevação. O maior crescimento foi registrado no Amazonas, onde houve expansão de 21,8%. As únicas quedas foram em Pernambuco (-1,5%) e Rio Grande do Sul (-3,9%). O fraco desempenho do Rio Grande do Sul pode ser atribuído, em parte, aos setores de máquinas e equipamentos (-30,3%) e bebidas (-23,3%).
No País, a produção industrial acumula crescimento de 4,5% no ano (janeiro a abril) e 7,5% nos últimos 12 meses.