Fabricação do Fox trouxe contratações continua após a publicidade |
A produção de veículos e máquinas agrícolas no Paraná cresceu 41,63% no primeiro trimestre deste ano – desempenho bem superior à média nacional, que ficou em 12,39%. As exportações e a produção de modelos novos, como o Fox, da Volkswagen, são os principais fatores que vêm contribuindo para números tão expressivos. De janeiro a março, foram 70.037 unidades produzidas pelas montadoras instaladas no Paraná, contra 49.452 no mesmo período do ano passado.
?Todas as pesquisas apontam para uma redução na economia. O pólo automotivo paranaense, ao contrário, está apresentando um forte crescimento?, comentou o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), Cid Cordeiro. ?É uma exceção na economia brasileira.? A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), lembrou o economista, estima para este ano crescimento de 7% na produção. Já o Paraná aposta em elevação de 40% a 50%. Segundo Cid Cordeiro, só de janeiro a março deste ano o pólo automotivo paranaense produziu mais que todo o ano de 99, quando as montadoras vieram para a Região Metropolitana. Foram 70 mil no primeiro trimestre contra 57 mil naquele ano.
O mercado externo vem contribuindo para o bom desempenho das montadoras. No primeiro trimestre, segundo pesquisa apresentada ontem pelo Dieese-PR e o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, as exportações cresceram 72,27%. Apenas em março, 51,14% das 26.089 unidades produzidas foram para o mercado externo.
No primeiro trimestre, a Volkswagen foi a que apresentou o maior aumento de produção (89,66%), seguida pela Volvo, com a produção de ônibus (88,14%) e de caminhões (13,56%). A Renault também apresentou crescimento – de 5,37% no segmento de automóveis de passageiros e uso misto e de 7,28% em comerciais leves. Entre as empresas que apresentaram queda na produção estão a Case New Holland, com tratores de rodas (-20,64%) e colheitadeiras (-73,33%). A Audi também teve queda na produção de automóveis de passageiros (-32,02%), assim como a Nissan no segmento comerciais leves (-5,54%). A produção do Paraná representou no primeiro trimestre 12,08% da produção nacional.
Emprego
O crescimento na produção automotiva do Paraná ajudou a criar mais postos de trabalho nas montadoras. O nível de emprego cresceu 28% em março deste ano em relação ao março do ano passado, o que significou 2.145 novas vagas. A principal responsável pelas contratações foi a Volkswagen, cujo quadro de funcionários passou de 2.324 para 4.205 – aumento de 81% -, por conta da produção do Fox e início do terceiro turno. Na Renault, o número de funcionários passou de 2.240 para 2.396 (crescimento de 6,96%), e na Volvo, de 1.574 para 1.755 (aumento de 11,50%). A única que mais demitiu do que admitiu foi a Case New Holland – especialmente por conta da estiagem que atingiu a safra agrícola e afetou a venda de maquinários, como colheitadeiras. Na CNH, o número de trabalhadores caiu de 1.536 para 1.193, o que representou queda de 22,3%.