Cresce a procura pelo programa de microcrédito do governo do Paraná que, nos próximos quatro anos, deve injetar R$ 160 milhões nas micros e pequenas empresas do Estado. Só em janeiro, apesar das férias coletivas na maioria das prefeituras que atuam no recebimento das propostas, a Agência de Fomento do Paraná recebeu 190 pedidos, ou seja: 20% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.
?Não fosse pelo recesso das prefeituras, teríamos recebido um número bem maior de pedidos de financiamento?, informou Andréas Jumes, gerente de microcrédito da Agência de Fomento, que em 2006 aprovou em média 450 pedidos por mês, exceto em janeiro, quando 152 financiamentos foram liberados.
Ele disse que as mudanças anunciadas pelo governador Roberto Requião – como a redução da taxa de juros, a ampliação do aporte financeiro e o aumento do prazo para amortização do financiamento – tornaram o programa de microcrédito mais atrativo. Assim, a expectativa é que 40 mil negócios venham a ser abertos, consolidados ou ampliados nos próximos quatro anos.
No período de 2003 a 2006, o programa destinou R$ 80 milhões para mais de 21,7 mil microempreendedores, como donos de oficinas de artesanato, lanchonetes, restaurantes, borracharias, lojas de confecções, salões de cabeleireiros, ateliês de costuras, serralherias, panificadoras e construtores, atingindo 350 municípios.
O presidente da Agência de Fomento, Antônio Rycheta, acredita que, em média, cinco trabalhadores são atendidos e um novo emprego é gerado a cada contrato. Assim, calcula-se que os negócios financiados pelo programa de microcrédito nos últimos três anos empregaram 58.357 trabalhadores. Esse número não inclui os familiares do empreendedor que trabalham no negócio e somam 69.407 pessoas.
Vantagens
A novidade do programa para este ano é a abertura de uma linha de crédito de até R$ 2 mil para financiar quem pretende iniciar uma atividade mas não tem acesso ao sistema bancário. Esta nova linha de crédito, estima a Agência de Fomento, deve proporcionar a abertura de 5 mil novos negócios.
Nessa faixa, o prazo de amortização é de até seis meses para o capital de giro, e de até 18 meses para o capital fixo ou misto.
A mudança que mais vem despertando o interesse dos empreendedores, segundo Andréas Jamus, é a que aumentou o teto máximo para os empréstimos, de R$ 5 mil para R$ 10 mil. ?Esta modalidade de empréstimo destina-se à expansão de negócios. É para pessoas que já tenham negócios formais ou estejam dispostos a formalizá-los?, disse.
Entre as mudanças estão a extensão do prazo de pagamento de 18 para até 24 meses, além da redução dos juros de 1,5% para 1% ao mês. (AEN)