Previsão para PIB em 2009 está mais para 2%

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem, em entrevista à Rede Globo, que sua previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2009 está mais próxima a um crescimento de 2% do que a zero, referindo-se ao intervalo de projeções citado por ele na última quinta-feira (dia 14). Naquela ocasião, foi a primeira vez que o ministro admitiu, ao projetar variação de zero a 2%, que a economia brasileira pode ficar estagnada este ano – até então, a previsão da Fazenda era de expansão de 2%, mais alta do que a do Banco Central, que estimou 1,2% em seu último relatório de inflação.

“O governo não trabalha com (previsão de) crescimento zero, mas com crescimento positivo. No mínimo zero, até 2%. Eu acho que é mais para 2% do que zero”, afirmou o ministro. Justificando a redução da faixa de projeção para o crescimento do PIB deste ano, Mantega disse que o quarto trimestre de 2008 foi “pior do que o esperado” e o primeiro trimestre de 2009 “foi fraco”.

“A economia começou a se mover mais rapidamente a partir de março, último mês do primeiro trimestre”, afirmou. “Então, janeiro a fevereiro foi fraco, março começou a reagir, abril está indo bem e maio está indo bem. Então, já estamos em recuperação. Olhando para frente, a economia está crescendo, se aquecendo. No fim do ano, vamos sentir bem esse aquecimento.”

O ministro também disse que o juro básico da economia brasileira (taxa Selic) só poderia cair até 9% ao ano se o Congresso não aprovar as propostas apresentadas pelo governo para taxar com Imposto de Renda (IR) o rendimento das cadernetas de poupança cujos saldos superarem R$ 50 mil a partir de 2010 e reduzir o tributo de fundos de investimento ainda em 2009. “Mas isso (9%) não é suficiente para o que precisamos”, afirmou. Mantega disse acreditar que o Congresso aprovará as propostas do governo, porque tudo foi conversado com os líderes da base aliada, estes concordaram com as mudanças e são maioria.

O ministro afirmou ainda que o governo não tem pressa, porque a proposta de mudança nas cadernetas é para 2010 e isso só entraria nas declarações de imposto de renda em 2011. E que também vai observar o ritmo de eventual migração de aplicações dos fundos para a caderneta de poupança. “Temos R$ 260 bilhões em cadernetas de poupança e R$ 600 bilhões em fundos de renda fixa. Se for pequena a migração, não vale a pena mexer em nada.” Mantega também acredita que haverá redução das taxas de administração dos fundos. “Se começar a ter saída, eles (os administradores de fundos) também terão de se adaptar aos novos tempos”, disse.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo