Previsão para IPC-S do mês sobe de 0,30% para 0,42%, após alta na 3º leitura

A aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) entre a segunda e a terceira leitura do mês, de 0,28% para 0,35%, praticamente foi influenciada por três itens: gás de botijão, tarifa de energia residencial e batata-inglesa. A avaliação foi feita nesta quarta-feira, 23, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, pelo coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo ele, a tendência é que esses produtos continuem impulsionando o IPC-S até o fim do mês. Por isso, o economista alterou sua projeção para o índice fechado de setembro de uma alta de 0,30% para 0,42%.

“Esses itens vão continuar pressionando e ainda há outros que vão deixar a inflação mais elevada, como carne bovina, passagem aérea e pão francês. Só esses produtos são suficientes para a revisão na previsão de 0,30% para 0,42%”, argumentou. A taxa estimada é quase o dobro da registrada em agosto deste ano, de 0,22%, e próxima da alta de 0,49% apurada em setembro de 2014.

De acordo com a FGV, a variação do botijão de gás passou de 2,25% para 4,72%; a de energia saiu de queda de 0,12% para uma taxa positiva de 0,30%; e a da batata-inglesa variou de deflação de 5,39% para inflação de 3,32%. “Vai continuar pressionando, pois na ponta (pesquisa mais recente), a batata já tem alta perto de 20%”, adiantou. Segundo ele, assim como o tomate, a batata sofre muita volatilidade e é difícil encontrar uma explicação para o movimento.

Já a carne bovina teve saiu de elevação de 1,43% na segunda medição para 1,58% na terceira, enquanto passagem aérea encareceu 2,98%, após 2,02%. O pão francês também ficou mais caro (de 0,87% para 1,81%).

Dentre os destaques por grupo, Alimentação variou 0,23% na terceira quadrissemana (ante 0,18%), Habitação ficou em 0,50% (ante 0,43%), Transportes atingiu 0,22% (ante 0,20%) e Vestuário ficou em 0,56% (ante 0,13%).

Câmbio

O aumento no preço do pão francês segue captando alguma influência da depreciação cambial e pode continuar sofrendo tais efeitos, já que o dólar segue avançando. Além desse item, o economista ressaltou que os preços de outros produtos como carne bovina e vestuário também podem estar reagindo à elevação da moeda norte-americana. “O efeito na inflação é óbvio, vai se fazer (e está se fazendo em alguma medida) sentir. O difícil é saber o quanto será repassado. Dólar alto, claro, não ajuda”, reafirmou.

Complicado também, conforme o economista, é separar o que é impacto do câmbio e efeito da sazonalidade desfavorável, como o que pode ser visto neste momento nos preços de carne bovina, devido à entressafra, e no grupo Vestuário. A taxa deste conjunto de preços, por sinal, quase quadruplicou entre a segunda quadrissemana (de 0,13%) e a terceira (0,56%). “Tem a questão sazonal, por causa da mudança de estação”, disse.

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