As previsões apresentadas nesta quinta-feira, 4, pela Climatempo sugerem que o Brasil não deve enfrentar riscos de abastecimento energético em 2015. Pelo contrário, o cenário para o período úmido, que vai de novembro a abril, contrasta com o ambiente de falta de chuvas registrado entre o final de 2013 e o início de 2014 e sinaliza uma incidência de chuvas próxima à média histórica.
De acordo com a diretora de Produtos e Conteúdo do Instituto de Meteorologia, Patrícia Madeira, o volume de chuvas nos meses de novembro e dezembro ficou em linha com a média histórica para o período. Em janeiro, as chuvas devem superar a média, contrastando com os meses de fevereiro e março, quando os níveis registrados ficariam levemente abaixo da média. “Mas acreditamos que o excedente de janeiro deve compensar os volumes de fevereiro e março”, afirmou Patrícia.
O início do período seco, entre os meses de maio e junho, pode apresentar algum excedente de chuvas na bacia do Paranapanema e na região de Itaipu. Para os meses seguintes, a Climatempo espera números semelhantes àqueles alcançados historicamente.
Já o início do período úmido, no final de 2015, pode sofrer algum atraso, segundo a especialista. “Existe uma incerteza muito grande em relação à previsão de tão longo prazo, mas existem alguns sinais de que possa haver atraso no próximo período úmido”, salientou Patrícia, que participa hoje do Fórum Abastecimento 2015 – Cenários e Projeções, promovido pelo Grupo CanalEnergia, em São Paulo.
Temperatura
A diretora da Climatempo também destacou que as perspectivas para o próximo período úmido são mais favoráveis do que o cenário visto no início de 2014 em relação às temperaturas. “Há tendência de haver muito calor no final de fevereiro e durante o mês de março, mas não esperamos uma sequência tão grande de temperaturas elevadas como vimos agora no início de 2014”, disse a especialista.
A expectativa de que as temperaturas mais elevadas ocorram sob a forma de picos, e não de forma constante como foi no início deste ano, contribui positivamente para o abastecimento elétrico nacional de forma dupla. Primeiro em função da preservação dos reservatórios, e segundo via menor consumo elétrico no período.