A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) revisou mais uma vez para cima a previsão da inflação do mês de junho medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC). A expectativa da instituição é de que o indicador tenha alta de 0,55% no mês, contra a projeção de 0,52% da semana passada, influenciada pelo aumento de preços do feijão.

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“Já seria época de os alimentos estarem contribuindo para a queda da inflação, mas observamos o problema da safra de feijão, que impede que a sazonalidade trabalhe a favor da queda dos preços”, afirmou o professor e coordenador do IPC-Fipe, André Chagas.

O feijão subiu 25,73% na terceira quadrissemana de junho e tem alta de 57,80% na comparação com a mesma semana de maio. “Talvez tenhamos uma desaceleração na próxima quadrissemana, mas o movimento acumulado é de elevação”, comentou o professor.

Na opinião de Chagas, a liberação da importação de estoques do feijão deve demorar a ter impacto real nos preços do produto. “Alguma reação deve ser vista nos grandes supermercados dentro de duas semanas. Depois de três semanas é que os efeitos serão sentidos de maneira mais generalizada, mas não necessariamente com preços muito baixos”, disse.

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A forte alta dos preços do grão contribuiu para a elevação do IPC entre a segunda e a terceira quadrissemanas de junho. No geral, o indicador saiu de 0,40% para 0,42%.

Além do grão, outros três produtos tiveram destaque de alta na quadrissemana: as tarifas de água e esgoto (8,00%); o leite, que avançou 9,89%; e os cigarros, que acumularam alta de 4,08%.

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“De um lado, temos administrados impulsionando água e esgoto e cigarros. De outro, problemas climáticos puxando para cima feijão e leite”, explicou Chagas.