Previdência teve déficit de R$ 2,6 bilhões em abril

Foto: Lucimar do Carmo/O Estado

Helmut Schwarzer: resultado deve ser maior em maio.

A Previdência Social registrou déficit de R$ 2,609 bilhões em abril de 2006, divulgou ontem o Ministério da Previdência Social. O resultado é 25,4% maior do que o déficit registrado no mesmo mês de 2005, quando atingiu R$ 2,080 bilhões. A arrecadação no mês de abril foi de R$ 9,280 bilhões, enquanto as despesas totalizaram R$ 11,890 bilhões.

No primeiro quadrimestre, a Previdência acumula déficit de R$ 12,549 bilhões, 13,1% a mais do que no mesmo período de 2005, quando somou R$ 11,092 bilhões. A arrecadação de janeiro a abril atingiu R$ 36,095 bilhões, enquanto as despesas foram de R$ 48,645 bilhões.

O secretário da Previdência Social, Helmut Schwarzer, disse que a previsão de déficit para maio é de R$ 3,7 bilhões, em função do reajuste do salário mínimo e dos demais benefícios previdenciários a partir de 1.º de abril. Com isso, segundo ele, as despesas com benefícios vão ?para outro patamar?.

A observação do secretário foi feita em função de certa estabilidade que ocorreu no desempenho da previdência em abril deste ano em relação a março. O déficit no mês passado foi apenas 0,2% maior do que o do mês anterior, enquanto que a arrecadação e as despesas cresceram 0,8% e 0,6%, respectivamente no mesmo período.

Schwarzer disse que a Previdência continua trabalhando com uma previsão de déficit para o ano de R$ 45,8 bilhões. No entanto, ele admitiu que é possível que o número chegue a R$ 43,2 bilhões conforme está previsto no decreto de programação orçamentária divulgado na semana passada pelo Ministério do Planejamento.

Segundo ele, esta redução será possível como resultado do recenseamento dos beneficiários, que deve proporcionar economia entre R$ 900 milhões e R$ 1,3 bilhão. Além disso, as mudanças no Simples, informou, podem trazer um ganho de até R$ 2 bilhões no ano.

As despesas com decisões judiciais também podem beneficiar as contas da previdência. Segundo Schwarzer, a previsão para o ano é de R$ 4,8 bilhões de gastos com despesas judiciais. Os valores mensais registrados até abril, entretanto, mostram que este item pode ficar abaixo da projeção. Até abril, o governo desembolsou com decisões judiciais cerca de R$ 2,2 bilhões.

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