O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira, 23, que a reforma da Previdência é algo complexo que envolve vários setores da sociedade e por isso requer uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) própria. “Essa questão foi discutida no mundo inteiro e tenho confiança de que isso está sendo endereçado aqui no Brasil”, comentou Meirelles durante palestra no Ciab Febraban 2016, em São Paulo.

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Ele afirmou que no caso da aprovação de uma PEC específica para a Previdência, as previsões mais otimistas dão conta de que ela entraria em vigor em três meses. Nas mais pessimistas, até o fim do ano. “Eu prefiro não fazer a minha avaliação.”

Ainda no que se refere à Previdência Social, Meirelles reiterou que a primeira medida tomada foi a retirada da Secretaria da Previdência do Ministério do Ministério do Trabalho para a Fazenda. “É um gesto prático e simbólico”, disse o ministro, acrescentando que está confiante na solução dos problemas da Previdência pelo fato de o governo ter nomeado Marcelo Caetano, um profundo conhecedor do assunto, como secretário da Previdência.

Meirelles, por várias vezes durante sua palestra, fez questão de enfatizar o papel do Congresso Nacional na aprovação de projetos do governo. “O Congresso tem aprovado coisas importantes. Começa a provar agora projeto de governanças estatais e fundos de pensão. Tirou item, vai colocar de volta, faz parte normal do debate”, disse.

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Déficit fiscal

O ministro da Fazenda afirmou que o déficit fiscal aprovado pelo Congresso, de R$ 170,5 bilhões, é realista e que “coisas importantes” estão sendo aprovadas pelo Legislativo. “É a partir daqui que vamos trabalhar. O crescimento de gastos daqui para frente será zero acima da inflação”, disse ele.

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De acordo com Meirelles, a crise atual do Brasil se deu em função da trajetória da política fiscal do País. Agora, acrescentou, os gastos públicos serão olhados nos próximos 20 anos.

“Temos de identificar qual o problema e atacar. O problema no Brasil é fiscal. Não é possível continuar subindo despesa pública em 6% real. Como fazer isso? Temos de atacar”, destacou Meirelles.

Segundo ele, a experiência mostra que medidas heroicas, com um “corte aqui ou ali”, podem terminar por serem revertidas. Sobre quando a taxa de juros vai voltar a cair, ele admitiu que a Selic é alta sim e a principal razão é o risco fiscal. “Calma, nós queremos resolver o problema que é de longo prazo e não será resolvido em dois dias. Com o País voltando a crescer, trajetória da dívida vai voltar a cair”, acrescentou.