Integrantes da Câmara Técnica dos Setores de Plantio, Extração e Transformação da Madeira se reuniram ontem, em Curitiba, para discutir questões ligadas à prevenção de acidentes de trabalho e à regularização de trabalhadores.
O encontro teve como base a decisão do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) de entrar na Justiça, a partir do final deste mês, com ações regressivas por prejuízos causados a vítimas de acidentes de trabalho quando comprovada culpa dos empregadores.
Segundo os procuradores da Advocacia-Geral da União (AGU) e Procuradoria-Geral Federal (PGF), Adilson Gasparelli e Marcus Alexandre Alves, inicialmente, no Paraná, o INSS deve ingressar com cerca de trinta ações, contra empresas de diversos setores.
No setor madeireiro, segundo o coordenador da Câmara Técnica e representante do Ministério do Trabalho, Anderson Bonacin Moura, os acidentes de trabalho acontecem principalmente nas pequenas e médias empresas. “Geralmente os empregadores têm poucas informações sobre prevenção e normas de segurança e saúde”, informou.
Os acidentes ocorrem desde o plantio até a indústria, podendo ser leves – sem lesão alguma às vítimas – ou mesmo levar a óbito. “Outra preocupação da Câmara diz respeito à falta de registro de trabalhadores do setor madeireiro, que faz com que os mesmo fiquem totalmente descobertos em caso de acidentes”, comentou Anderson.
Atualmente, no Estado, o setor madeireiro tem cerca de 6.300 empresas cadastradas. Entre 2005 e 2008, foram comunicados 6.606 acidentes de trabalho do plantio até a indústria. No ano passado, foram realizadas 452 ações de fiscalização, sendo encontrados 374 trabalhadores sem registro em carteira.