Durante os últimos três anos, os planos de saúde registraram reajuste de 23,41%. Nesse período, a inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) foi de 36,14%. Em 2003, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) concedeu aos planos de saúde um reajuste de 9,27%, que rendeu ao setor um acúmulo na ordem de 34,85%. No entanto, a inflação medida no mesmo período chegou a 81%. Essa disparidade econômica impossibilita as operadoras de repassarem qualquer reajuste para os prestadores de serviços como médicos, laboratórios, hospitais e todos os serviços de diagnósticos terapêuticos.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, da divisão Paraná e Santa Catarina (Abramge-PR/SC), Joelson Samsonowski, esse desequilíbrio econômico-financeiro reduziu de 5 mil para 2.700 o número de operadoras de assistência médica no País, o que representa um aumento significativo na demanda dos serviços realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Os custos médicos representam 70% do faturamento das empresas. O acréscimo de 9,27% referente ao reajuste repassado pela ANS representa um comprometimento de aproximadamente 7% do faturamento do setor. É fácil de entender o grande rombo que essas disparidades causam nas operadoras”, afirma Samsonowski.
Segundo ele, outro problema enfrentado pelas empresas de assistência médica é o aumento da sinistralidade em torno de 80%, além da inadimplência em torno de 20% e a percentagem insuficiente que foi concedida às operadoras. “Lamentavelmente, a ANS, em sua política demagógica, continua a fechar os olhos para a situação caótica do sistema suplementar de saúde, braço importante na assistência médica do Brasil”, salienta o presidente da Abramge.